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Política

Mercadante: incidente com Cid Gomes na Câmara foi grave

Ministro da Casa Civil afirmou que é hora de virar a página e esquecer o episódio

19 mar 2015 - 17h46
(atualizado às 17h47)
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<p>Discurso eleitoral é para quatro anos, disse Aloízio Mercadante</p>
Discurso eleitoral é para quatro anos, disse Aloízio Mercadante
Foto: Ricardo Moraes / Reuters

O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, classificou como grave o incidente envolvendo o ex-ministro da Educação Cid Gomes e o Congresso Nacional, e que o momento agora é de virar a página e dar sequência aos alicerces deixados por ele à frente da pasta. Mercadante disse que foi correta a atitude de Gomes em relação ao governo e à presidente Dilma Rousseff e que o ex-ministro continuará a colaborar com o governo, ainda que de outras formas.

“A decisão de demissão de Cid Gomes foi ele quem tomou, após sair do plenário, por achar que não havia condições políticas e que sua continuidade causaria problemas na relação do Congresso Nacional com o MEC. Foi uma iniciativa dele imediatamente acatada pela presidente”, disse o ministro da Casa Civil, após receber homenagens na Embaixada da Espanha, em Brasília. Segundo Mercadante, todos sabem que a saída de Cid Gomes se deve a um incidente de natureza política e pessoal. “Aconteceu e temos de virar a página”, disse.

“(Quando governador,) ele fez uma grande gestão na área de educação. Os indicadores no Ceará foram muito destacados entre os Estados. Foi esse salto dado ao longo dos oito anos o critério para a indicação para o Ministério da Educação”, disse Mercadante.  

Quatro anos

Mercadante disse ainda que as promessas de campanha de Dilma têm um horizonte de quatro anos, tempo de duração do mandato e, portanto, não dá para ter como referência o início do governo. Ele acrescentou que os primeiros meses de 2015 estão sendo dedicados aos ajustes necessários para a recomposição da economia do País.

“As pessoas precisam entender que o discurso (eleitoral) é para quatro anos e não para os primeiros dois meses de governo. Precisamos de ajuste fiscal e quanto mais rápido isso for feito, mais rápido sairemos da situação. Teremos de reorganizar as contas públicas. Isso traz um pouco de sacrifício para todos. Mas faz parte (das ações), inclusive, cortar da própria carne do governo”, disse o ministro.

Segundo ele, as recentes manifestações demonstram um sentimento que é presente tanto na presidente como nos manifestantes. “É a importância do combate à corrupção. Isso está sendo implementado de forma implacável, como nunca aconteceu no Brasil”. Mercadante destacou as medidas anunciadas ontem de combate ao caixa dois e o confisco de bens, como forma de punição aos servidores que não justificam patrimônio e renda.

“Já vivemos muitos momentos difíceis ao longo desses 12 anos. No governo Dilma também. Em 2013, tivemos grandes manifestações e a leitura dos jornais foi mais ou menos semelhante às de hoje. Na época, a presidente ouviu as reivindicações e, depois, venceu as eleições após termos desenhado pactos e dado respostas”, ressaltou.

Ainda sobre as manifestações, Mercadante disse que elas são em parte explicadas pelas eleições “polarizadas e muito disputadas” de 2014. “Depois de 12 anos e de quatro derrotas seguidas da oposição, tivemos um clima de terceiro turno. Houve até questionamentos à urna eletrônica. O curioso é que isso foi apenas para a eleição presidencial, não sendo dirigidas a governadores, Congresso Nacional, nem deputados estaduais. Houve, também, questionamento sobre as contas eleitorais. Tudo isso faz parte da disputas eleitorais”.

Perguntado sobre a desvalorização do Real, o ministro disse que a moeda esteve sobrevalorizada durante muito tempo. A seu ver, isso impactou a indústria, que teve um déficit comercial em transações correntes, em 2014, da ordem der US$ 100 bilhões. “Essa desvalorização aumenta nossa competitividade e os investimentos externos. Além disso, ajuda nas exportações de commodities”, disse ele.

Agência Brasil Agência Brasil
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