Mercadante: mais de 10 ministros puseram cargo à disposição
Gesto seria formalidade para que a presidente tenha liberdade na reforma ministerial
O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, disse nesta quarta-feira que pelo menos dez ministros mandaram cartas à presidente Dilma Rousseff colocando seus cargos à disposição, inclusive ele. Segundo Mercadante, o gesto é uma formalidade para que a presidente tenha liberdade na reforma ministerial para seu segundo mandato.
“Mais de 10, 15 ministros já entregaram. É uma formalidade, uma sugestão minha. É uma gentileza, uma forma de mostrar publicamente que governo novo, equipe nova. Para que a presidente tenha liberdade”, disse o ministro, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto. “Eu já fiz a minha. Alguns estão antecipando. Quem não quiser, não precisa”, acrescentou.
Mercadante foi quem sugeriu que os ministros entregassem as cartas, mas disse que o gesto não é obrigatório. Ontem, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, entregou uma carta de demissão com críticas à política econômica do governo Dilma. Ela voltará ao Senado, onde tem mandato até 2019.
A Casa Civil não detalhou quais integrantes do governo colocaram os cargos à disposição, mas os ministros Mauro Borges (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), Manoel Dias (Trabalho), Marcelo Néri (Secretaria de Assuntos Estratégicos), além de Mercadante, confirmaram a entrega das cartas por meio de suas assessorias. O ministro-chefe da Advocacia Geral da União, Luís Inácio Adams, também colocará seu cargo à disposição.
Em entrevista em Doha, no Catar, a presidente Dilma disse hoje que vai fazer sua reforma ministerial em partes e sem pressa. Ela defendeu sua ministra demissionária. “Ela me disse o teor da carta antes de eu viajar, mas logo depois que fui reeleita a ministra falou comigo que sairia. Ela não fez nada de diferente, não teve nenhuma atitude incorreta, ela me disse que sairia e eu aceitei”, afirmou.
Sobre as críticas, a presidente se limitou a dizer que Marta tem direito de opinar. “Essa é uma opinião dela e as pessoas têm direito a dar opinião.”