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Política

Mesmo banido, Allan dos Santos mantém conta no Instagram há 2 meses

Blogueiro, que está foragido nos Estados Unidos, teve novos usuários removidos de outras plataformas na semana passada

18 mai 2022 - 10h45
(atualizado às 14h08)
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Allan dos Santos é visto após PF deixar a casa dele em Brasília
 27/5/2020 REUTERS/Adriano Machado
Allan dos Santos é visto após PF deixar a casa dele em Brasília 27/5/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

O influenciador bolsonarista Allan dos Santos, considerado foragido da polícia brasileira nos Estados Unidos, contraria decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que baniu sua participação em redes sociais em 2021 e segue com perfis em diferentes plataformas.

Com usuários removidos no YouTube, no Twitter e na Twitch na semana passada, o blogueiro divulga contas no Instagram e no Telegram ativas desde março. Nas plataformas, Allan dos Santos afirma que "não irá desistir" e segue fazendo reiterados ataques ao ministro do STF Alexandre de Moraes.

Os perfis estão divulgados no link anexo em seu perfil verificado no Gettr, rede social criada pelo ex-assessor do ex-presidente americano Donald Trump, Jason Miller, e no próprio Instagram, com quase 100 mil seguidores. Ao Estadão, o Instagram informou que não comentará o caso.

No Telegram, apesar de não assinar as mensagens, Allan dos Santos indica um canal com pouco mais de mil seguidores que republica seus conteúdos e também reproduz ataques ao ministro Alexandre de Moraes.

O blogueiro já ensaiou um retorno ao YouTube com ataques ao Supremo Tribunal Federal e a Moraes no domingo, 8. No vídeo do novo canal, Allan anunciava a volta às redes sociais e defendia que "não há democracia onde há presos políticos".

A conta foi banida no dia seguinte, um usuário alternativo foi criado horas depois e foi excluído entre a segunda-feira, 9, e a terça-feira, 10. À reportagem, o YouTube disse que todos os conteúdos na plataforma precisam seguir as diretrizes de comunidade, e que "quando não há violação à política de uso do YouTube, a análise final sobre a necessidade de remoção de conteúdo cabe ao Poder Judiciário, nos termos do Marco Civil da Internet".

Na Twitch, plataforma de transmissões ao vivo de propriedade da Amazon, o blogueiro tentou realizar lives. Poucas milhares de pessoas foram alcançadas na quarta-feira e na quinta-feira da semana passada.

Procurada pela reportagem, a empresa não respondeu, mas o perfil está indisponível "devido a uma violação das diretrizes da comunidade ou dos termos de serviço da Twitch" desde, pelo menos, esta segunda-feira, 16.

No Twitter, Allan dos Santos disse que iria voltar com o seu blog, Terça Livre, depois de Elon Musk anunciar a intenção em reverter o banimento da conta de Donald Trump, excluída após a invasão do Capitólio no dia 6 de janeiro do ano passado. A reportagem procurou o Twitter sobre a situação do blogueiro - a plataforma não respondeu, mas o perfil foi removido no dia seguinte.

Pedido de prisão

Alexandre de Moraes ordenou, em outubro do ano passado, a prisão preventiva do dono do canal Terça Livre, no âmbito do inquérito das milícias digitais. Ele está foragido nos Estados Unidos desde então.

O processo da extradição de Allan dos Santos foi marcado por acusações de servidores do Ministério da Justiça, que relataram ter sofrido pressão interna para impedir que o blogueiro seja trazido de volta ao Brasil. A Polícia Federal apura se houve tentativa de interferência indevida no procedimento.

Na representação encaminhada ao Supremo, a delegada da Polícia Federal Denisse Dias Rosas Ribeiro pediu a prisão preventiva do blogueiro com base na prática frequente dos crimes de ameaça, ataques contra a honra e incitação à prática de crime, assim como a participação em organização criminosa.

Em janeiro deste ano, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, participou de um evento com a presença de Allan dos Santos nos Estados Unidos.

Estadão
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