Michel Temer minimiza investigação sobre Petrobras nos EUA
Segundo o Financial Times, as autoridades dos EUA estariam apurando se a estatal brasileira ou seus funcionários, intermediárias ou prestadores de serviço violaram uma lei contra a corrupção
Durante a abertura do encontro da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), em Campinas, no interior de São Paulo, o vice-presidente Michel Temer minimizou a informação divulgada nesta segunda-feira de que a Justiça dos Estados Unidos investiga os esquemas de corrupção da Petrobras. A notícia foi publicada pelo jornal britânico Financial Times.
Segundo Temer, o caso já está sendo investigado pela Justiça brasileira. "A Constituição brasileira determina a autodeterminação dos povos. Se os Estados Unidos abriram investigação, têm que fazer como o Brasil está fazendo", disse Temer ao jornal o Estado de São Paulo.
Nos EUA, a Justiça abriu duas linhas de investigação: uma criminal, pelo Departamento de Justiça, e outra civil, feita pelo Securities and Exchange Comission (SEC), que regula o mercado de capitais.
De acordo com o jornal britânico, as autoridades dos EUA estariam apurando se a estatal brasileira ou seus funcionários, intermediárias ou prestadores de serviço violaram o Foreign Corrupt Practices Act, uma lei contra a corrupção que considera ilegal o suborno de funcionários estrangeiros para adquirir negócios.
Um dos motivadores para o início das investigações nos EUA foi a polêmica compra da refinaria de Pasadena, no Texas, pela petroleira brasileira.
A estatal se manifestou por meio de nota: "a Petrobras esclarece que desconhece qualquer investigação que esteja sendo feita no âmbito do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ) ou da Securities and Exchange Comission (SEC)".
A Petrobras, maior estatal do País, tem sido alvo de denúncias de desvio de recursos para partidos políticos da base aliada do governo Dilma, entre eles o próprio PT. Presos na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, os delatores do esquema são o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef.