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Política

Miguel Reale Jr. critica Bolsonaro: "Caso de interdição"

29 jul 2019 - 21h16
(atualizado às 21h23)
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Um dos autores do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o jurista Miguel Reale Jr. fez duras críticas ao atual presidente, Jair Bolsonaro, nesta segunda-feira. Em entrevista à Rádio Guaíba, Reale se mostrou indignado com as declarações recentes de Bolsonaro, que atingiram o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz.

Miguel Reale Jr., jurista.
Miguel Reale Jr., jurista.
Foto: André Dusek / Estadão

“Estamos, realmente, em um quadro de insanidade da mais absoluta. Não é mais caso de impeachment, mas de interdição”, disparou Reale. “É um fato gravíssimo. Há mais de um ano, disse que quem fosse democrata não deveria votar no Bolsonaro”, completou.

O jurista também prestou solidariedade ao presidente da OAB e afirmou que a fala de Bolsonaro “ofendeu todos que prezam pelos direitos humanos”. Reale ainda relembrou o discurso feito por Bolsonaro no voto pelo impeachment de Dilma, quando homenageou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, chefe do DOI-Codi do II Exército, em São Paulo, durante a ditadura militar.

Polêmica

A nova polêmica envolvendo o presidente da República começou na manhã desta segunda-feira, quando Bolsonaro comentava a investigação em torno de Adélio Bispo, responsável por esfaquear o então candidato à presidência, no ano passado. Insatisfeito com a atuação da OAB no caso, que teria impedido a Polícia Federal (PF) de acessar o telefone de um dos advogados de Adélio, Bolsonaro questionou a entidade.

“Por que a OAB impediu que a Polícia Federal entrasse no telefone de um dos caríssimos advogados? Qual a intenção da OAB?”, afirmou Bolsonaro, que atacou Santa Cruz na sequência. “Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto para ele. Ele não vai querer ouvir a verdade, mas eu conto.”

Segundo Bolsonaro, o pai de Felipe, Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, que foi integrante do grupo de esquerda Ação Popular durante a ditadura militar, teria sido morto por membros do movimento. Por outro lado, relatório feito pela Comissão Nacional da Verdade aponta Fernando Augusto como desaparecido político, afirmando que ele foi preso e assassinado pelo Estado brasileiro.

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Fonte: Redação Terra
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