Milícias digitais são versão do autoritarismo, diz Barroso
"E com muita frequência, muitas vezes mesmo nas democracias, há um esforço de desacreditar o processo eleitoral", lamentou o ministro
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou nesta segunda-feira que as milícias digitais são uma versão contemporânea do autoritarismo e que querem destruir instituições.
"E com muita frequência, muitas vezes mesmo nas democracias, há um esforço de desacreditar o processo eleitoral quando não favoreça essa crença, é o que hoje se observa segundo alguns atores nos Estados Unidos com a recusa de aceitação do resultado que já parece definido", disse ele, numa referência ao presidente dos EUA, Donald Trump, que ainda contesta a vitória do democrata Joe Biden.
Sem citar o presidente Jair Bolsonaro e simpatizantes do governo, Barroso disse que há quem use as redes sociais para criticar a imprensa e instituições.
"O conservadorismo radical, que não se confunde com o conservadorismo --que é uma opção política perfeitamente legítima--, eu me refiro ao conservadorismo radical que se manifesta pela intolerância, pela agressividade, procurando negar e retirar direitos de quem pensa diferente, além de contrariarem os consensos científicos em matérias diversas desde o aquecimento global até a vacinação", afirmou.