Militares fazem vaquinha de R$ 300 mil no WhatsApp para Mauro Cid após prisão
Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi preso após descumprir as medidas cautelares presentes nas cláusulas de seu acordo de delação premiada
O tenente-coronel Mauro Cid, preso na última sexta-feira, 22, por violar e descumprir as medidas cautelares presentes nas cláusulas de seu acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF), está recebendo apoio de grupos de WhatsApp formados por militares. Membros da corporação têm iniciado uma campanha para arrecadar doações financeiras em favor do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, inclusive para custear sua defesa.
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De acordo com a jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo, mensagens obtidas em grupos do aplicativo revelam que o objetivo é arrecadar R$ 300 mil para o "companheiro" Cid. O texto da campanha de doação afirma que o militar vendeu seus próprios bens para cobrir os honorários de seu advogado, Cezar Bittencourt.
A mobilização ganhou força após a divulgação dos áudios na semana passada, nos quais o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro faz um desabafo. "O presidente teve Pix de milhões, ficou milionário", disse Cid em referência às doações recebidas por Bolsonaro de apoiadores.
O montante arrecadado pelo tenente-coronel, porém, permanece desconhecido. Apesar de estar afastado das funções no Exército, ele continua recebendo um salário de R$ 27 mil. Na semana passada, o comandante da Força, Tomás Paiva, negou a promoção de Cid à patente de coronel.
Cid retornou à prisão após a revista Veja divulgar áudios enviados pelo tenente-coronel a um interlocutor ainda não identificado. Nas mensagens, o militar acusa a PF de inventar narrativas em sua delação e critica duramente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, responsável por homologar o acordo. Segundo a defesa de Cid, os áudios se tratavam apenas de um desabafo.