Militares presos em operação da PF participavam de missão de segurança do G20 no Rio de Janeiro
Operação Contragolpe pretendeu suspeitos de integrarem organização criminosa que planejava golpe de Estado
Quatro militares presos na Operação Contragolpe, que investiga organização suspeita de planejar um golpe de Estado, deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira, 19, participavam de uma missão na Cúpula do G20 no Rio de Janeiro. O evento reúne chefes de Estado de países membros do grupo, incluindo o presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente da França, Emmanuel Macron.
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De acordo com informações da AFP, o grupo de militares detidos faziam parte de uma missão especial de segurança para a reunião dos líderes do G20. Um policial federal também foi preso na operação em Brasília.
Eles são acusados de integrarem uma organização criminosa que planejou um golpe de Estado para evitar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O plano do grupo também envolvia os assassinatos do chefe do Executivo brasileiro, do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB) e de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os agentes da PF cumpriram cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares diversas de prisão nos Estados do Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e no Distrito Federal.
Os militares detidos também tinham treinamento em Forças Especiais, por isso, eles planejavam utilizar "técnicas operacionais militares avançadas", além de criar um "gabinete de crise" que seria gerenciado por eles próprios.
A reportagem do Terra apurou que o grupo planejava utilizar artefato explosivo e envenenamento contra o ministro do STF. "Foram consideradas diversas condições de execução do ministro Alexandre de Moraes, inclusive com o uso de artefato explosivo e por envenenamento em evento oficial público", diz um trecho da decisão judicial que autorizou os mandados de prisão preventiva.
Entenda a Operação Contragolpe
Deflagrada na manhã desta terça-feira pela Polícia Federal, a operação tem como objetivo desarticular a organização criminosa suspeita de ter planejado um golpe de Estado para impedir a posse de Lula, eleito nas eleições de 2022, e restringir a atuação do Poder Judiciário.
O grupo é suspeito de planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022. Um dos planos, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, era o de matar Lula e Alckmin. O presidente seria chamado pelo codinome "Jeca", enquanto o vice-presidente de "Joca".
Também estavam no planejamento a prisão e execução do ministro Moraes, que vinha sendo monitorado continuamente, caso o Golpe de Estado fosse consumado.
O plano, chamado de 'Punhal Verde e Amarelo', teria sido discutido no dia 12 de novembro de 2022, na residência do general Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro nas eleições daquele ano.
Conforme investigações, os indícios do plano foram identificados inicialmente a partir das análises dos dados armazenados no aparelho celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.