Militares suspeitam que cerco está se fechando para o general Paulo Sérgio Nogueira
Suspeita surgiu após o depoimento do general Freire Gomes, ex-comandante do Exército no governo Jair Bolsonaro, à PF sobre suposto golpe
A cúpula militar suspeita que o cerco está se fechando para o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, e que ele possa vir a ser responsabilizado pelos atos de seus subordinados, segundo o blog de Lauro Jardim, no O Globo.
A suspeita surgiu após o depoimento do general Marco Antonio Freire Gomes, ex-comandante do Exército no governo Jair Bolsonaro. Na última sexta-feira, 1º, ele passou oito horas dando informações sobre o suposto esquema de golpe à Polícia Federal (PF).
Ainda conforme a publicação, além de ter sido rotulado de "cagão" por Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro, por não ter aceitado participar do golpe, Freira Gomes é chamado de "traidor" por ter decidido falar como testemunha no caso.
Segundo o blog, os militares temem que Freire Gomes complique não só a situação de Bolsonaro como a de Paulo Sérgio, que era o responsável direto pelas Forças Armadas na época.
Depoimento do general
O depoimento de Freire Gomes trouxe novas revelações sobre a tentativa de golpe. Segundo o general, Bolsonaro e Paulo Sérgio teriam apresentado dois documentos com a minuta dos atos golpistas. A ação de Jair Bolsonaro também foi confirmada às autoridades pelo brigadeiro Carlos de Almeida Batista Jr., de acordo com a jornalista Míriam Leitão, do jornal O Globo.
Os depoimentos correspondem com a apreensão realizada pela PF no gabinete de Bolsonaro dentro da sede do Partido Liberal (PL). Durante a ação, a polícia encontrou a minuta citada por Freire Gomes, o que comprovaria a declaração dada pelo militar.
Conforme relato do general, além de apresentar a minuta pessoalmente, Bolsonaro chamou o general Estevam Theophilo no Alvorada para mostrar o "firme propósito de implementar o que estava escrito". Theophilo é comandante do Coter, o comando das Operações Terrestres.
Às autoridades, Theophilo disse que foi à reunião no Palácio a mando de Freire Gomes. No entanto, Freire Gomes negou a informação para a PF, e disse que a ordem não partiu dele.