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Política

Ministro cancela audiência sobre dossiê contra antifascistas

Audiência para explicar atuação do órgão da pasta estava agendada para esta terça-feira

3 ago 2020 - 16h06
(atualizado às 16h10)
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O ministro da Justiça, André Mendonça, cancelou sua ida ao Senado para explicar o trabalho da Secretaria de Operações Integradas (Siopi) da pasta. Uma audiência estava agendada para esta terça-feira, 4, para que o ministro pudesse falar sobre o monitoramento de opositores do governo de Jair Bolsonaro.

Na última quinta-feira, 30, Mendonça chegou a prometer uma ida ao Senado, em resposta à pressão de parlamentares por esclarecimentos, mas nesta segunda informou que não vai comparecer à audiência prevista para amanhã. O convite foi feito em nome da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência.

O ministro da Justiça, André Mendonça
O ministro da Justiça, André Mendonça
Foto: Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil / Estadão Conteúdo

O trabalho da secretaria virou alvo do Ministério Público após o portal UOL revelar que o órgão produziu dossiê com informações de 579 professores e policiais identificados pelo governo como integrantes do "movimento antifascismo". No domingo, nove dias depois de o caso vir à tona, Mendonça anunciou uma sindicância interna para investigar o fato.

A justificativa do ministro para não comparecer à audiência no Senado é de que o assunto é sigiloso. Nesse caso, ele só poderia abordá-lo em uma reunião secreta da comissão. Como mostrou o Estadão, o colegiado está parado e só realizou duas reuniões nos últimos dois anos e meio. Além disso, as comissões do Congresso não estão funcionando.

Conforme o Estadão/Broadcast Político apurou, os senadores tentam agendar outra reunião com Mendonça para definir como ele será ouvido. "Espero que ele venha", afirmou o líder do PSD no Senado, Otto Alencar (PSD-BA).

Procurado pelo Estadão, o Ministério da Justiça disse que o ministro está à disposição do Congresso para prestar esclarecimentos e que Mendonça abriu a possibilidade para receber os parlamentares em seu gabinete.

A pasta não respondeu se o assunto poderia ser tratado de forma pública. A assessoria da comissão do Congresso ainda não se manifestou.

Estadão
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