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Política

Ministro de Lula liga milícia à família Bolsonaro em post com peça publicitária do governo

Paulo Pimenta cita indiretamente Flávio Bolsonaro ao falar de nomeações de familiares de traficantes milicianos e em depósitos na conta de Fabrício Queiroz; a assessoria do senador não quis comentar o caso

4 fev 2024 - 16h23
(atualizado às 16h32)
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O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, Paulo Pimenta, usou seu perfil no X (antigo Twitter) neste domingo, 4, para fazer um post em que associa a família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a milícias. Pimenta cita Fabrício Queiroz e nomeações de familiares de "traficante miliciano" no gabinete do então deputado estadual do Rio de Janeiro, o hoje senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), e ao caso da suposta "rachadinha".

O Estadão entrou em contato com a assessoria do senador, que não comentou o caso. O ministro Paulo Pimenta disse à reportagem que já repetiu a afirmação de que "a família Bolsonaro por vários anos teve as contas pessoais pagas pelo Queiroz" em diversas ocasiões. Pimenta afirma que "desafiou" a família a processá-lo, então poderia pedir a quebra do sigilo do Queiroz para provar a afirmação, mas que até o momento isso não ocorreu.

O post traz uma peça gráfica com policiais rodoviários e a frase "Brasil unido contra o crime", e leva a logomarca do Ministério da Justiça e Segurança Pública. É na legenda da publicação que Pimenta cita indiretamente os adversários políticos. "Acabou o tempo que traficante miliciano tinha mãe e mulher nomeada em gabinete de deputado para depositar o dinheiro na conta do Queiroz para pagar as contas do dia a dia da famiglia."

O termo italiano "famiglia" é comumente associado a uma máfia que envolve membros de uma mesma família.

Pimenta, ao citar Queiroz e o emprego de familiares de narcotraficantes ligados à milícia, faz alusão as investigações sobre suspeitas da prática de "rachadinha" no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Segundo apontou o Ministério Público, o dinheiro da devolução de parte dos salários de comissionados do gabinete seria gerenciado pelo ex-policial militar Fabrício Queiroz, que foi assessor de Flávio na Alerj e é amigo de longa data do ex-presidente. O caso foi arquivado pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) em 2022 porque as provas foram anuladas no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Flávio nega as acusações. Na época, a defesa de Queiroz declarou que as transações seriam "amplamente explicadas" em eventual ação penal.

Em seu gabinete, Raimunda Magalhães e Danielle Mendonça Magalhães da Nóbrega, a mãe e a ex-mulher do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, assassinado em fevereiro de 2020, ocuparam cargos de assessoras entre 2007 e 2018.

O ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, Paulo Pimenta, fez a publicação com legenda citando milícias, Queiroz e "famiglia", em seu perfil no X (antigo Twitter) na manhã dente domingo, 4.
O ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, Paulo Pimenta, fez a publicação com legenda citando milícias, Queiroz e "famiglia", em seu perfil no X (antigo Twitter) na manhã dente domingo, 4.
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

O assunto do post, originalmente, é a perda de dinheiro e patrimônio de narcotraficantes e milicianos devido às ações do Governo Federal, como a operação para Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que segundo o ministro chegam a R$ 8,5 bilhões.

"No governo Lula os narcotraficantes e milicianos já perderam mais de 7 bilhões de reais em dinheiro e patrimônio. Na GLO nos portos, estradas e aeroportos mais 1,5 bi. É o Brasil Unido contra o crime", declara Pimenta na publicação.

Estadão
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