Ministro: não é certo Suíça parar colaboração no caso Alstom
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta quarta-feira não ter sido comunicado oficialmente sobre a suspensão da cooperação judicial com a Suíça, mas disse que não considera correta a decisão. Cardozo disse ter tomado conhecimento pela imprensa de que o País europeu teria congelado a parceria devido ao vazamento de dados sigilosos da investigação.
O jornal O Estado de S. Paulo informou nesta quarta que a Suíça suspendeu “toda cooperação judicial com o Brasil” pelo vazamento das investigações que envolvem o conselheiro Robson Marinho, do Tribunal de Contas do Estado (TCE), e outras pessoas citadas no caso Alstom. O conselheiro é suspeito de receber propina da empresa francesa para beneficiá-la em um contrato fechado em 1998 durante o governo de Mário Covas.
"Não me parece correto que se suspendam colaborações numa área tão importante como a de investigação criminal. Caso se confirme a posição do governo suíço, não tenho nenhuma confirmação, nós faremos as gestões para que se restabeleça o fluxo normal”, disse Cardozo. Para ele, vazamentos de investigações têm ocorrido e não são exclusividade do Brasil.
"Vazamentos, infelizmente, têm acontecido. Nós não podemos aceitar. Sempre que ocorre um vazamento em esfera federal eu determino à Polícia Federal que abra respectivo inquérito. Não é simples achar resultados porque o sigilo da fonte torna (o trabalho) obviamente difícil”, disse.
Conforme publicou O Estado de S. Paulo, as autoridades suíças não gostaram da publicação de nomes de suspeitos no caso Alstom e dados da investigação que os comprometem, como a cópia do cartão da abertura de uma conta da offshore Higgings Finance Ltd., controlada por Marinho. O Ministério Público alega que o ex-chefe da Casa Civil no governo Covas recebeu US$ 2,7 milhões em propinas para ajudar a Alstom em um contrato de energia.