Ministros do TSE querem agilizar ações contra Bolsonaro antes da chegada de Nunes Marques
Indicado do ex-presidente para a Suprema Corte poderia alterar votos no tribunal eleitoral
Ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) querem analisar o mais rapidamente possível ações que tramitam na Corte contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), antes que ocorram mudanças em sua composição. Em maio, o ministro Ricardo Lewandowski irá se aposentar e deixará cadeira vaga para o ministro Kassio Nunes Marques, indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo ex-presidente, assumir.
As informações são do jornal Folha de S. Paulo, desta segunda-feira, 23. Segundo a publicação, a ideia dos ministros é se debruçar sobre esses processos até junho. Tramitam no TSE 17 ações contra Bolsonaro e, após os atos terroristas de 8 de janeiro, os ministros querem dar celeridade a elas.
Além disso, há duas novas frentes de investigações que podem se somar àquelas já existentes: uma da Advocacia Geral da União (AGU), sobre os gastos do cartão corporativo da Presidência da República durante a gestão Bolsonaro, e outra da Controladoria-Geral da União (CGU), também sobre as despesas do cartão corporativo.
O TSE é composto por três ministros do STF, dois do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e dois advogados. Com a entrada de Nunes Marques, a votação nesses processos poderia ser alterada, uma vez que o ministro tem votado favoravelmente ao ex-presidente na Suprema Corte.
Já a composição atual do tribunal eleitoral, com Lewandowski, tem indicado tendência a votar pela inelegibilidade de Bolsonaro, o que o faria perder seus direitos políticos.