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Política

Moïse: Bolsonaro aciona ministérios contra invasão em igreja

Presidente não lamentou assassinato do congolês nem se solidarizou com a família da vítima. Primeira declaração relacionada ao assunto é contra manifestação que invadiu igreja em Curitiba

7 fev 2022 - 23h42
(atualizado em 8/2/2022 às 07h39)
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Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro
Foto: Adriano Machado / Reuters

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta segunda-feira, 7, ter acionado ministérios de seu governo contra uma manifestação que invadiu uma igreja em Curitiba ao pedir justiça pelo assassinato do congolês Moïse Kabagambe, no Rio de Janeiro.

Bolsonaro compartilhou vídeo da entrada do grupo na igreja em seu Twitter e chamou os manifestantes de "marginais". Ele afirmou ter pedido ao Ministério da Justiça e ao da Mulher, Família e Direitos Humanos para acompanhar o caso "de modo a garantir que os responsáveis pela invasão respondam por seus atos e que práticas como essa não ganhem proporções maiores em nosso País". Em nenhum momento, porém, Bolsonaro lamentou o brutal assassinato do congolês nem se solidarizou com a família da vítima.

Para o presidente, a invasão da igreja foi um ato da esquerda. "Acreditando que tomarão o poder novamente, a esquerda volta a mostrar sua verdadeira face de ódio e desprezo às tradições do nosso povo", postou Bolsonaro na rede social. "Se esses marginais não respeitam a casa de Deus, um local sagrado, e ofendem a fé de milhões de cristãos, a quem irão respeitar?".

Bolsonaro ainda citou o artigo 208 do Código Penal para dizer que a medida poderia ser alvo de punição. "Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso", disse ele, citando o texto.

Na postagem, o presidente não citou que o ato pedia justiça pela morte de Moïse. Após pressão de figuras ligadas ao movimento negro, a ministra da Família, Mulher e Direitos Humanos, Damares Alves, lamentou o assassinato do jovem.

Estadão
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