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Política

"Momento de esperança, justiça e paz", diz viúva de Marielle após prisão de suspeitos

Operação da Polícia Federal que prendeu três suspeitos pelo crime foi deflagrada neste domingo, 24

24 mar 2024 - 16h33
(atualizado em 26/3/2024 às 08h55)
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Monica Benicio
Monica Benicio
Foto: Reprodução: Instagram/monicaterezabenicio

"Foram 2.202 dias de espera. 6 anos e 10 dias dessa dor que hoje não acaba, mas que encontra, finalmente, um momento de esperança, justiça e paz". A fala é da viúva de Marielle Franco, Monica Benício, após a Polícia Federal prender três suspeitos de encomendar a morte da vereadora. Na ocasião, o motorista Anderson Gomes também foi morto. A operação foi deflagrada na manhã deste domingo, 24

O crime de assassinato aconteceu no dia 14 de março de 2018 e, após seis anos de questionamentos sem respostas, o caso caminha para ser esclarecido.

"E isso é apenas uma parte do que Marielle e Anderson merecem. Nesse domingo chuvoso de março, a verdade começou a ser desvelada. O que, diante da nossa dor, é o tempo de uma vida inteira depois daquele 14 que marcou mais do que nossas vidas - marcou a nossa carne e o próprio Estado Democrático de Direito", acrescentou Monica, em publicação no Instagram.

Em seguida, a viúva de Marielle revelou a surpresa ao saber que Rivaldo Barbosa, então chefe da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro à época do crime, também foi preso suspeito de envolvimento no homicídio.

"Rivaldo, que recebeu as nossas famílias logo após Marielle e Anderson serem assassinados, com o sorriso cínico que só as mais corruptas das burocracias podem produzir, nos dizendo que o caso seria uma prioridade máxima para ser solucionado o mais rápido possível. Seu nome envolto nessa execução brutal só demonstra o tamanho do abismo que vivemos no Estado do Rio de Janeiro", lamentou.

Por fim, ela afirmou que a família não descansará até que haja uma sentença aos culpados, mas agradeceu pelo trabalho da Polícia Federal, do Ministério da Justiça, do Governo Federal, do Ministério Público do Rio de Janeiro e do Ministério Público Federal.

"Hoje vence a democracia. Hoje Marielle e Anderson começam a ter justiça por suas vidas ceifadas. Não descansaremos até que a justiça seja feita de forma plena. Por Marielle e Anderson, por nossas famílias, pela democracia do Brasil", finalizou.

Confira o post na íntegra:

Operação e presos

Segundo as investigações da Polícia Federal, cujo inquérito foi divulgado neste domingo, 24, os mandantes do crime foram os irmãos Brazão: o deputado federal Chiquinho Brazão, e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Domingos Brazão. O que motivou o crime foi a atuação política de Marielle, que atrapalhava o interesse dos irmãos. 

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Os dois foram presos preventivamente na manhã deste domingo. Com eles também foi preso Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, acusado de ter desviado o foco das investigações dos verdadeiros mandantes do assassinato. Ele assumiu o posto de chefia um dia antes do crime, que aconteceu há seis anos, no dia 14 de março de 2018.

Os três foram levados à Superintendência da Polícia Federal no Rio, onde passaram por audiência de custódia. A previsão é de que, ainda hoje, eles sejam transferidos para o presídio federal do Distrito Federal.

Além dos três suspeitos presos, o ex-chefe da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), Giniton Lages, é um dos alvos de mandados de busca e apreensão, segundo informações do jornal O Globo. Lages ficou à frente do caso Marielle logo no início das investigações e chegou a escrever um livro de 296 páginas contando os bastidores do trabalho.

De acordo com decisão do ministro Alexandre de Moraes que autoriza a prisão, o planejamento da execução teria começado no segundo semestre de 2017, por causa da participação de Marielle na votação do Projeto de Lei Complementar 174/2016. A proposta, de autoria de Chiquinho Brazão na época em que era vereador, dispunha sobre a regulamentação fundiária de loteamentos e grupamentos existentes nos bairros de Vargem Grande, Vargem Pequena e Itanhangá, assim como nos bairros da XVI RA – Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. 

No relatório final do inquérito, que possui 479 páginas, é descrito que a presença de Marielle junto a comunidades em Jacarepaguá era o que mais atrapalhava os interesses dos irmãos. Isso porque na região, que em sua maioria é dominada por milícias, se concentrava relevante parcela da base eleitoral da família Brazão.

Fonte: Redação Terra
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