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Política

Moraes prorroga inquérito que apura interferência na PF

Conclusão de investigação que apura as acusações de Moro sobre interferências políticas de Bolsonaro na PG foi prorrogada por mais 90 dias

24 abr 2021 - 16h44
(atualizado às 17h00)
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por mais 90 dias o prazo para a conclusão do inquérito que apura as acusações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro sobre as interferências políticas do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.

Inquérito que apura as acusações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro sobre as interferências políticas do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.
Inquérito que apura as acusações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro sobre as interferências políticas do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.
Foto: Adriano Machado / Reuters

"Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações, a partir do encerramento do julgamento do agravo regimental iniciado pelo Plenário em 08/10/2020, bem como a proximidade do recesso, nos termos previstos no art. 10 do Código de Processo Penal, prorrogo por mais 90 (noventa) dias, contados a partir do encerramento do prazo final anterior (27 de abril), o presente inquérito", decidiu Moraes, em despacho de sexta-feira.

A pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, o inquérito foi aberto no final de abril pelo ministro Celso de Mello, então relator do caso no Supremo. Essa é a única investigação a que o presidente é alvo no seu mandato.

Uma das diligências pendentes, que foi requerida pela Polícia Federal, é o depoimento de Bolsonaro no caso. O plenário do Supremo começou a analisar um recurso da defesa do presidente contra a possibilidade de ele depor presencialmente. Ele não pretende se manifestar ou, se for obrigado, quer fazê-lo por escrito.

Até o momento, apenas Celso de Mello, atualmente já aposentado, votou contra o pedido de Bolsonaro. O caso desde então não foi retomado pelo plenário do Supremo.

O inquérito sobre as acusações de Moro, ex-ministro do governo e ex-juiz da Operação Lava Jato, já colheu uma série de depoimentos. Ao final das apurações, caberá ao procurador-geral decidir se vai denunciar Bolsonaro, arquivar as investigações ou pedir novas diligências.

Moro, principal personagem do inquérito, tem sofrido um série de revezes desde que deixou o governo. O último deles foi ter sido considerado pelo Supremo parcial como juiz no processo do tríplex do Guarujá que levou à condenação e posterior prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na prática, toda a ação, inclusive atos pré-processuais, foram invalidados.

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