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Política

Moraes suspende artigos que aumentavam percentual de recursos para educação no MT

15 dez 2019 - 10h38
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O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, suspendeu dois artigos da Constituição do Mato Grosso que obrigavam o Estado a repassar 35% das receitas de impostos para a área de Educação. A decisão atende pedido apresentado pelo governador, Mauro Mendes, que questionava a obrigatoriedade quando a União estabelece valor mínimo de 25%.

Mendes alega que a norma impede a gestão estadual de destinar verbas a áreas 'igualmente sensíveis' do governo, como saúde e segurança pública. Segundo o governador, a obrigação interferia diretamente na a autonomia do Poder Executivo ao atingir a 'prerrogativa do governador do Estado de deflagrar o processo legislativo atinente à matéria orçamentária'.

O ministro Alexandre de Moraes acatou o pedido e destacou que os Estados são obrigados a repassarem o mínimo constitucional de 25% das receitas para a educação e que, embora possam destinar mais recursos, os artigos que preveem repasses obrigatórios de 35% acarretam restrições à competência do governador.

"A gradação do percentual mínimo da receita de impostos vinculados à educação, contudo, não pode acarretar restrição às competências constitucionais do Poder Executivo para a elaboração das propostas de leis orçamentárias e para a definição e concretização de políticas públicas igualmente importantes relacionadas a outros direitos fundamentais, tais como a saúde e a segurança pública", afirma o ministro.

"Por esses motivos, não se mostra constitucionalmente idônea a fixação de aumento do patamar mínimo de alocação de recursos públicos em processo legislativo que exclua a participação do chefe do Poder Executivo", completa.

A suspensão decretada por Moraes tem caráter liminar e deverá ser analisadas pelo plenário do Supremo. Ao despachar a medida, o ministro pediu que o caso seja pautada pelo presidente da Corte, Dias Toffoli.

Royalties

Na semana passada, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, apresentou pedido semelhante ao Supremo. Neste caso, a gestão fluminense questionou a obrigatoriedade dos repasses de 75% dos royalties do Petróleo para a educação e os outros 25% para a saúde.

No pedido, Witzel argumenta que os dispositivos da lei 'afetam diretamente - e de forma muito grave - a esfera de interesses do Rio de Janeiro' e classifica a obrigatoriedade como uma 'clara agressão' à autonomia financeira e federativa. Segundo o governador, como o Estado é quem sofre o prejuízo da extração de petróleo, é o Estado quem deveria determinar como e onde os recursos da compensação por royalties devem ser alocados.

Estadão
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