'Moro não é juiz, é político e tem que assumir', diz Ciro
Candidato derrotado do PDT à Presidência afirma que magistrado tem de aceitar convite do presidente eleito Bolsonaro para assumir ministério
O candidato derrotado do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, ironizou o convite recebido pelo juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, para assumir o Ministério da Justiça. "Sérgio Moro não é um juiz, é um político. Ele tem de assumir logo essa posição e dar a sua contribuição para o Brasil", afirmou Ciro, em entrevista à Rádio CBN nesta quarta-feira, 31.
De acordo com a coluna Direto da Fonte, da jornalista Sonia Racy, Moro vai aceitar o Ministério da Justiça ampliado. Ele vai tratar do convite em reunião com o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), na manhã desta quinta-feira, 1º.
Ex-ministro da Fazenda, Ciro também afirmou que "não tem como dar certo" a proposta de Bolsonaro de unir da pasta com os Ministérios do Planejamento e da Indústria e Comércio. "Falando na condição de uma pessoa muito experiente, não como candidato, isso não pode dar certo. São pastas com contradições, são orgânicas", afirmou. "O pleito da Indústria e do Comércio é baixar imposto, aumentar competitividade. A Fazenda, diante desta crise fiscal, quer cobrar imposto e ponto."
Na entrevista, o pedetista discorreu também sobre o papel que vai exercer na oposição a Bolsonaro. De acordo com ele, as diretrizes que ele vai seguir são as do respeito às regras da democracia e a defesa dos interesses nacionais.
Ciro Gomes também voltou a atacar o PT. Para ele, a estratégia de manter a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mesmo com ele preso desde abril em Curitiba, foi a responsável pela eleição de Bolsonaro. "O PT passou de qualquer limite, não pense que é prazeroso dizer isso, para mim, não".
Ciro voltou a usar o tom da campanha e disse ter avisado aos petistas sobre o perigo da eleição do capitão da reserva. "Eles (os petistas) entregaram o Brasil ao Bolsonaro. Eu sempre soube que aquilo que o Lula estava encaminhando (a candidatura) era uma fraude", afirmou.
O pedetista disse também que nunca mais quer fazer campanha com o PT e afirmou que o País precisa de novos caminhos políticos. "O Brasil precisa desesperadamente construir um caminho diferente desta polarização que estamos vivendo", afirmou.