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Política

Moro: polarização de Lula e Bolsonaro prejudicará economia

Pré-candidato à presidência diz que duas alternativas eleitorais "muito ruins" podem agravar o cenário econômico no Brasil

12 jan 2022 - 09h32
(atualizado às 09h51)
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O pré-candidato à Presidência da República Sergio Moro (Podemos) classificou o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como duas alternativas eleitorais "muito ruins" e que podem agravar o cenário econômico do País neste ano. Segundo ele, a polarização do pleito presidencial entre os dois, algo que se desenha nas pesquisas de intenção de voto, pode fazer o mercado perder a confiança na recuperação do crescimento, o que aprofundará ainda mais a crise.

Sérgio Moro vai concorrer nas eleições de outubro à presidência
Sérgio Moro vai concorrer nas eleições de outubro à presidência
Foto: Reprodução / Estadão

"Temos duas alternativas que são ruins. A primeira é a continuidade deste governo, que não tem projeto para o País, não tem rumo, e agora contraria as promessas de responsabilidade fiscal e de redução da dívida pública. A outra é a do ex-presidente Lula, e a gente lembra que esse governo não acabou bem. Ao fim desse governo, tivemos a maior recessão da história entre 2014 e 2016", afirmou nesta terça-feira, 11, Moro em palestra no evento "Money Week - Cenários 2022".

O ex-juiz federal criticou a política econômica do governo Bolsonaro e disse que houve perda de credibilidade da gestão nessa área devido a medidas como a PEC dos Precatórios, o que levou, para ele, ao fim do teto de gastos.

"PEC dos Precatórios tem aspecto muito positivo, que é a expansão do antigo Bolsa Família, que é necessária. Juntamente com a PEC, são aumentadas outras receitas, de duvidosa necessidade neste momento. Uma é o aumento das verbas para emendas de relator", disse o ex-ministro de Bolsonaro, que também atacou o orçamento secreto. "Isso gera pulverização do orçamento público. Em vez de concentrar a verba em investimento público, leva a aplicar a verba em investimentos que não são relevantes."

Moro também defendeu que é preciso uma "política fiscal responsável" para retomada do crescimento, mas não citou propostas concretas para a área, caso seja eleito presidente. Ao falar sobre o combate à pobreza, sugeriu a criação de uma agência governamental que reuniria diversos ministérios e estados na formulação de políticas para a questão.

Sem citar diretamente a terceira via, ele defendeu que outras alternativas eleitorais podem ajudar a tirar o País da crise. "Crescendo outras alternativas eleitorais, com políticas econômicas mais responsáveis, baseadas na ciência, evitando ideologias equivocadas, isso pode gerar um viés positivo para a economia brasileira", declarou o ex-juiz federal, que se apresentou como um "defensor da livre-iniciativa".

O símbolo da Operação Lava Jato defendeu as privatizações, mas disse que é necessário definir qual a melhor forma de realizá-las. Não apresentou, entretanto, nenhuma ideia para a área.

Corrupção

Ao falar sobre o combate à corrupção, Moro afirmou que, se eleito, vai colocar a questão "nos trilhos" e que fará uma gestão com diálogo com partidos políticos, mas sem "transigir na ética".

"Transigir com a ética não leva à governabilidade. Temos exemplos claros do passado. Durante o governo do PT, nos quais se teve mensalão e petrolão, o resultado foram as recessões de 2014 e 2016. O governo atual, sem projeto, tem alianças bastante controvertidas, está utilizando de um mecanismo que leva à pulverização do orçamento através das emendas de relator, e ele está entregando uma provável recessão em 2022."

Estadão
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