Moro, promotor Lincoln Gakiya e autoridades do sistema penitenciário eram alvos de criminosos, diz Dino
PF faz operação para desarticular organização criminosa que pretendia realizar ataques contra servidores públicos e autoridades
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, informou em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 22, que, além do senador Sergio Moro (União-PR), o promotor Lincoln Gakiya e autoridades do sistema penitenciário de vários estados também eram potenciais alvos da organização criminosa alvo de uma ação da Polícia Federal.
A Operação Sequaz investiga uma organização criminosa que pretendia realizar ataques contra servidores públicos e autoridades, incluindo homicídios e extorsão mediante sequestro, em pelo menos cinco Estados.
"Esses elementos indiciários, elementos de prova, conduziram a que Polícia Federal avançasse na investigação e chegasse na conclusão de que efetivamente havia um planejamento em curso para a execução de ações violentas tendo vários alvos, um promotor do estado de São Paulo", disse Dino ao se referir a Gakiya.
Segundo o ministro, o promotor era o alvo original, mas não o único. "Essas possibilidades envolviam também autoridades do sistema penitenciário de vários estados, integrantes da polícia de vários estados, e também o hoje senador da republica Sérgio Moro", completou Dino em coletiva de imprensa.
O promotor de Justiça Lincoln Gakiya faz parte do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo (Gaeco) e investiga o Primeiro Comando da Capital, facção que atua dentro e fora dos presídios brasileiros e internacionalmente, há 18 anos.
Já Sérgio Moro, enquanto era ministro de Segurança Pública, definiu a transferência do chefe do PCC, Marcola, e de outros integrantes para presídios de segurança máxima, ao defender que o isolamento de organizações criminosas seria uma forma de enfraquecê-las.
De acordo com a PF, os ataques contra as autoridades poderiam ocorrer de forma simultânea em Rondônia, Paraná, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Mas, segundo a investigação, os principais suspeitos se encontravam em cidades paulistas e paranaenses.
Nesta quarta-feira, 22, cerca de 120 policiais federais cumprem 24 mandados de busca e apreensão, sete mandados de prisão preventiva e quatro mandados de prisão temporária em Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo e Paraná.
Até a última atualização desta reportagem, nove suspeitos já haviam sido presos. Dois deles em Santa Bárbara do Oeste (SP); outros três em Sumaré (SP); um em Hortolândia (SP); outros dois na capital paulista; e um em Presidente Prudente (SP).
Pacheco informou Dino sobre suspeita de ataque
Em coletiva de imprensa, Flávio Dino ainda revelou que acionou o diretor da Polícia Federal depois que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o informou há 45 dias das suspeitas dos possíveis ataques a autoridades.
"Evidente, eu contatei imediatamente com o diretor da Polícia Federal, o Dr. Andrei, informei da possibilidade oriunda desse relato que me foi transmitido pelo presidente do senado, senador Rodrigo Pacheco, e determinei que a Polícia Federal estivesse mobilizada tendo em vista que se inseriria na sua competência pelo fato de que teria uma repercussão interestadual", explicou o ministro.