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Política

Moro sobre vídeo da reunião: "A verdade foi dita, exposta"

Ex-ministro usou as redes sociais para dizer que a divulgação do vídeo comprova suas alegações de interferência na PF

22 mai 2020 - 22h47
(atualizado em 23/5/2020 às 09h50)
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O ex-ministro Sérgio Moro afirmou em redes sociais que a "verdade foi dita, exposta em vídeo" após o ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal, liberar a gravação ministerial do dia 22 de abril. As imagens são consideradas peças-chave no inquérito que apura suposta interferência do presidente na Polícia Federal.

Ex-ministro Sergio Moro
10/12/2019
REUTERS/Adriano Machado
Ex-ministro Sergio Moro 10/12/2019 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

"A verdade foi dita, exposta em vídeo, mensagens, depoimentos e comprovada com fatos posteriores, como a demissão do Diretor Geral da PF e a troca na superintendência do RJ. Quanto a outros temas exibidos no vídeo, cada um pode fazer a sua avaliação", escreveu Moro.

Em nota, a defesa do ex-ministro Sérgio Moro afirmou que 'recebeu com respeito e serenidade' a decisão do decano. "A decisão possibilita às autoridades e à sociedade civil constatar a veracidade das afirmações do ex-ministro em seu pronunciamento de saída do governo e em seu depoimento à Polícia Federal, em 2 de maio".

"A decisão do Ministro Celso de Mello ressalta o avanço democrático brasileiro, coibindo qualquer tipo de arroubo autoritário e reafirmando a soberania da lei e dos valores da Constituição Cidadã", disse o criminalista Rodrigo Sánchez Rios, que defende Moro.

Entre ameaças, ofensas e palavrões, as imagens mostram Bolsonaro cobrando mudanças no governo e fazendo pressão sobre Moro e os demais auxiliares sob a alegação de que não vai esperar "foder a minha família toda".

"Mas é a putaria o tempo todo pra me atingir, mexendo com a minha família. Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro, oficialmente, e não consegui! E isso acabou. Eu não vou esperar foder a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence a estrutura nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final! Não estamos aqui pra brincadeira", disse Bolsonaro.

O presidente alega que se referia à sua segurança pessoal, que é feita pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e não pela PF. De acordo com a transcrição feita pela PF, o ministro do GSI, Augusto Heleno, não fez nenhuma intervenção nesse momento. Uma reportagem do Jornal Nacional, veiculada semana passada, mostrou que o presidente fez alterações - e até promoveu servidores - em sua segurança pessoal semanas antes da reunião sem qualquer dificuldade.

Moro, por sua vez, alega que a reunião seria uma prova da movimentação política de Bolsonaro para interferir na corporação. O ex-ministro também entregou aos investigadores trocas de mensagens no celular.

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Assista à íntegra da reunião entre Bolsonaro e ministros:
Estadão
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