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Política

Mourão comemora vacina, mas evita comentar "politicagem"

Vice-presidente não quis entrar em detalhes sobre a primeira aplicação da vacina ser em São Paulo

18 jan 2021 - 11h34
(atualizado às 14h03)
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O vice-presidente Hamilton Mourão comemorou nesta segunda-feira (18) a aprovação do uso emergencial de duas vacinas contra a covid-19 no Brasil. Ele não quis entrar em detalhes, contudo, sobre a vacinação da primeira pessoa no País realizada ontem, sob a tutela do governador de São Paulo, João Doria (PSDB). O vice-presidente chamou a repercussão da vacinação de "politicagem".

O presidente em exercício, Hamilton Mourão (PRTB), em entrevista coletiva no Palácio do Planalto
O presidente em exercício, Hamilton Mourão (PRTB), em entrevista coletiva no Palácio do Planalto
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil / Estadão Conteúdo

Ontem, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial no País da vacina Coronavac, desenvolvida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, e da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca.

"Há três meses atrás o que falei? Que nós iríamos ter vacina, que a vacina seria aprovada. A Anvisa fez o excelente trabalho dela", comentou Mourão na chegada à vice-presidência nesta manhã. Ele ressaltou que o País tem imunizantes suficientes já contratados para vacinar 70% da população brasileira até o fim do ano.

A enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, há oito meses na linha de frente do combate ao coronavírus no Hospital Emílio Ribas, na capital paulista, foi a primeira brasileira a receber uma dose da Coronavac. Logo após a confirmação do registro emergencial, Doria fez uma cerimônia para garantir a primeira foto da vacinação no País antes mesmo que o Butantan assinasse um termo de compromisso exigido pela Anvisa.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, avaliou na tarde de ontem que o evento promovido pelo governador estava "em desacordo com a lei". Questionado sobre a fala do chefe da Saúde, Mourão evitou se aprofundar no assunto: "Não vou entrar nesses detalhes isso aí tudo é politicagem. Eu não entro na politicagem, (no) meu caso aqui lido com as coisas de modo objetivo, isso aí deixo de lado", disse.

O vice-presidente também disse não ter sentido "nada" ao ver a vacinação da primeira pessoa no País, mas concordou que quanto mais rápido ocorrer a campanha de imunização melhor. Ele ressaltou ainda que é preciso seguir medidas de proteção mesmo após a vacinação. "O próprio ministro Pazuello falou isso semana passada, leva um tempo para que a vacina faça seus efeitos."

Para ele, o primeiro lote da vacina deve permitir a vacinação de até 20% do primeiro grupo prioritário e em abril o Brasil deve atingir a capacidade de imunização contínua. "Julgo, pelos cálculos que estão sendo feitos, a partir de abril a gente entra no modo contínuo de vacinação e consequentemente uma situação melhor para o País como um todo", afirmou.

O processo de imunização dos brasileiros permitirá depois que, na opinião do vice-presidente, o Brasil possa "resolver a situação econômica". "Nós vamos resolver esse problema da pandemia e o principal que vem depois a gente resolver a situação econômica do País de modo que a gente consiga retornar a uma situação melhor de emprego para o nosso povo e o País entre em um ciclo de crescimento", declarou.

Nesta manhã, governadores e o ministro da Saúde entraram em acordo para a antecipação do início da campanha de vacinação contra a covid-19. Antes prevista para quarta-feira, Pazuello anunciou que a imunização deve começar hoje, às 17 horas. De acordo com o Ministério da Saúde, serão distribuídas 4,6 milhões de doses da vacina aos Estados e cerca de 1,3 milhão permanecem em São Paulo.

Estadão
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