Mourão vê provas infundadas contra Bolsonaro: Não dá em nada
Vice evitou comentar a decisão do presidente em prestar depoimento por escrito na investigação sobre interferência na Polícia Federal
O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta sexta, 27, que concorda com a alegação da Advocacia-Geral da União (AGU) de que são "infundadas" as provas contra o presidente Jair Bolsonaro, investigado por possível interferência na Polícia Federal. Mourão afirmou que o inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) é o "tipo de negócio que não dá em nada".
"Eu também concordo (que provas são infundadas), concordo com o presidente nisso aí. Isso é o tipo de negócio que não dá em nada", afirmou para jornalistas nesta manhã. Mourão evitou comentar a decisão de Bolsonaro de não prestar depoimento presencial no âmbito do inquérito. "Acho que se o presidente disse que não quer prestar depoimento, ele tem as razões dele. Não comentou isso comigo, não posso responder nada", disse.
O inquérito investiga acusações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, sobre suposta interferência de Bolsonaro para trocar o comando da PF. Moro pediu demissão do governo em abril após pressão do Planalto relacionada à troca de comando da PF.
O depoimento do presidente era a última etapa que faltava para a conclusão dos investigadores. Um relatório da PF será enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se há provas suficientes para a apresentação de uma denúncia contra Bolsonaro. A AGU alegou que a divulgação da reunião ministerial de 22 de abril, tornada pública por ordem do então ministro Celso de Mello, "demonstrou completamente infundadas quaisquer das ilações que deram ensejo ao presente inquérito".