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Política

MP acusa Flávio Bolsonaro de omitir investimentos em ações

O Ministério Público fluminense descobriu que Flávio omitiu da Receita, no período entre 2007 e 2009, investimentos que totalizam R$ 90 mil

22 nov 2020 - 08h42
(atualizado às 09h15)
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Durante a análise da evolução patrimonial do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na investigação sobre as "rachadinhas" na Assembleia Legislativa do Rio, o Ministério Público fluminense descobriu que o filho do presidente Jair Bolsonaro omitiu da Receita, no período entre 2007 e 2009, investimentos no mercado de ações que totalizam R$ 90 mil. Segundo os investigadores, as operações foram reveladas pelo próprio senador, ao entrar com ação judicial reparatória, depois de perder todo o capital investido.

"De acordo com a sentença proferida pela 36.ª Vara Cível do Foro Central da Comarca de São Paulo, o parlamentar declarou ter investido R$ 90.000,00 na bolsa de valores ao longo de 2007 e 2008 e ter perdido todo o investimento, gerando uma dívida de R$ 15.500,00 com a corretora que, segundo alegado pelo próprio autor, teria sido quitada em dinheiro vivo, o que resultou em gastos de pelo menos R$ 105.500,00 no período."

Senador Flávio Bolsonaro
REUTERS/Adriano Machado
Senador Flávio Bolsonaro REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

A indicação consta na denúncia que imputa ao senador e outros 16 denunciados - entre eles o ex-assessor Fabrício Queiroz e a mulher de Flávio, Fernanda Bolsonaro - crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. A peça de 290 páginas com os detalhes da investigação sobre a quadrilha que o filho do presidente é acusado de liderar está no Tribunal de Justiça do Rio.

Os R$ 90 mil omitidos por Flávio chamaram a atenção dos investigadores durante a análise dos registros de transações imobiliárias, fiscais e bancárias do senador entre 2007 e 2009. Flávio era solteiro e tinha como única fonte de renda o salário de deputado. Segundo o MP, ele ainda "fazia pouquíssimo uso de serviços bancários como cartões de crédito e débito, revelando predileção pelo uso de dinheiro em espécie".

Após a denúncia, os advogados Rodrigo Roca, Luciana Pires e Juliana Bierrenbach, que defendem o senador Flávio Bolsonaro, divulgaram nota classificando as acusações como "crônica macabra e mal engendrada" e afirmando que "todos os defeitos de forma e de fundo" da denúncia serão pontuados na formalização da defesa.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estadão
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