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Política

MP de Contas questiona julgamento do TCU sobre relógio de Lula que pode favorecer Bolsonaro

Tribunal de Contas da União decidiu, no início do mês, que Lula poderia ficar com relógio de R$ 60 mil ganhado há quase 20 anos; decisão pode beneficiar Jair Bolsonaro em caso das joias

21 ago 2024 - 13h21
(atualizado às 14h30)
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Relógio da Cartier do mesmo modelo que o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Relógio da Cartier do mesmo modelo que o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Foto: Reprodução/Cartier

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU) apresentou um recurso contra a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que permitiu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficasse com o relógio Cartier de R$ 60 mil. A ideia não é que Lula devolva o relógio ganhado em 2005, na França, mas impedir que novas contestações relativas a presentes oficiais sejam feitas - como o caso das joias da Arábia Saudita, recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso revelado pelo Estadão.

Com o novo recurso, o MP e o TCU esperam fechar as brechas judiciais que, eventualmente, possam ser usadas pela defesa de Bolsonaro. O argumento é manter a posição adotada no julgamento de 7 de agosto, em que prevaleceu a regra de que presidentes só podem reter objetos de uso pessoal e de baixo valor. O entendimento vem do próprio TCU, de 2016, que classifica esses pertences como "itens personalíssimos".

Porém, como Lula recebeu o relógio em 2005 - ou seja, antes da lei existir -, a regra não valeria para ele visto que não há retroatividade na legislação. O que quer dizer que ele não seria obrigado a devolvê-lo, segundo esse entendimento.

Quando o TCU julgou que Lula poderia reter o acessório, a defesa de Bolsonaro pediu o arquivamento do inquérito das joias de imediato. Em resposta, Lula afirmou a interlocutores que devolveria o relógio para não favorecer Bolsonaro. Ainda assim, o Planalto não comunicou o que será feito com o presente.

Bolsonaro é acusado pela Polícia Federal de desviar joias e relógios de luxo da Presidência da República avaliados em R$ 6,8 milhões. Os valores obtidos das vendas dos presentes eram convertidos em dinheiro em espécie e ingressavam no patrimônio pessoal de Bolsonaro por meio de pessoas interpostas, segundo o inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-presidente foi indiciado por crimes de associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.

Estadão
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