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Política

MP suspende prazo de respostas da Lei de Acesso à Informação

Governo cita coronavírus para justificar medida; oposição questiona limite ao direito à informação: 'O que ele quer esconder agora?'

24 mar 2020 - 08h36
(atualizado às 09h13)
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O governo do presidente Jair Bolsonaro editou na noite de segunda-feira medida provisória que suspende os prazos de resposta a solicitações previstos na Lei de Acesso à Informação (LAI) para entidades da administração pública que estejam em regime de quarentena ou teletrabalho por causa da pandemia de coronavírus.

A MP também suspende os prazos de resposta para os casos em que os servidores encarregados da resposta precisem comparecer presencialmente e estejam diretamente envolvidos nos esforços de combate à pandemia.

Presidente Jair Bolsonaro. 16/3/2020. REUTERS/Adriano Machado
Presidente Jair Bolsonaro. 16/3/2020. REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

O texto também revoga artigo de medida provisória editada na véspera e que permitia a suspensão do contrato de trabalho por quatro meses sem pagamento de salário. A revogação deste dispositivo, alvo de forte reação e críticas pela classe política e nas redes sociais, foi anunciado por Bolsonaro no Twitter na véspera.

A MP que suspende os prazos de resposta da LAI foi criticada pelo líder do PSB na Câmara dos Deputados, Alessandro Molon (RJ), que afirmou que apresentará emendas para alterar o texto da medida durante sua tramitação no Congresso.

"É inaceitável que Bolsonaro esteja utilizando deste expediente para limitar o direito de todos à informação", afirmou, segundo nota divulgada por sua assessoria.

"O que ele quer esconder da população agora? Não quer que todos possam acompanhar a gravidade da pandemia e fiscalizar a atuação do governo? Nós estamos cobrando ações do governo, mas no lugar disso, ele tenta esconder os fatos como se estivesse empurrando a sujeira para debaixo do tapete. Ele só se esquece que estamos tratando da vida dos brasileiros", acrescentou.

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