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Política

MPE pede inquérito sobre 'picanha mito' da casa de carnes de Gusttavo Lima

MPE acionou o TRE para que cantor sertanejo e Casa de Carnes Frigorífico Goiás sejam condenados ao pagamento de multa de R$ 20 mil

4 out 2022 - 16h10
(atualizado às 16h55)
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Bolsonaro posou com 'picanha mito'
Bolsonaro posou com 'picanha mito'
Foto: Reprodução/Twitter

O Ministério Público Eleitoral acionou o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás para que o cantor sertanejo Gusttavo Lima e a Casa de Carnes Frigorífico Goiás sejam condenados ao pagamento de multa de R$ 20 mil por propaganda eleitoral irregular. A ação está ligada ao uso, em maio, de um helicóptero totalmente adesivado nas cores verde e amarelo, com a mensagem 'Bolsonaro Presidente'.

A representação foi anunciada pela Procuradoria nesta segunda-feira, 3, um dia após o primeiro turno das eleições, mas a petição foi apresentada ao TRE na quinta, 27. A empresa que figura no polo passivo da ação é a mesma que recebeu ordem da Corte regional eleitoral no domingo, 2, para suspender uma promoção de carnes nobres por R$ 22 o quilo, em alusão ao candidato à reeleição Jair Bolsonaro.

O Ministério Público Eleitoral em Goiás determinou nesta segunda-feira, 3, que a Polícia Federal abra inquérito sobre a promoção batizada 'picanha mito'.

Com relação à representação que também atinge o cantor Gusttavo Lima, a avaliação do procurador regional Eleitoral auxiliar José Ricardo Teixeira Alves é a de que, com o sobrevoo do helicóptero adesivado em uma motociata de Bolsonaro em Goiânia, em maio, foi feita propaganda eleitoral 'por meio de plotagem em aeronave privada, com claro efeito "outdoor" e em período vedado'.

"O Frigorífico Goiás e Gusttavo Lima são responsáveis pelo ilícito eleitoral. O primeiro como proprietário do helicóptero e o segundo como cantor de fama nacional e internacional que cedeu sua imagem à empresa e dela fez uso extensivo nas circunstâncias do caso", diz Teixeira.

O MP argumenta que, 'o efeito visual de outdoor pressupõe um engenho publicitário de dimensão razoável, com grau de sofisticação no material empregado, além de ser fixado em locais públicos de grande fluxo de pessoas'. Para o órgão, o adesivo do helicóptero em questão tem 'nítida conotação eleitoral, por veicular em meio proscrito o nome de um pretendente a cargo no ano das eleições, sobretudo pelo apoio público e notório do cantor Gusttavo Lima ao atual presidente'.

"Embora o texto não contenha pedido explícito de voto, o apelo eleitoral é franco e deliberado, diante da evidente intenção de influenciar na formação de vontade dos eleitores, visando às Eleições de 2022", pondera Teixeira.

O MP Eleitoral de Goiás informou que tomou conhecimento sobre o helicóptero pivô da ação ainda em maio, com a informação de que a aeronave totalmente adesivada estava no heliponto da loja Frigorífico Goiás, no setor Sul de Goiânia. Segundo a Promotoria, a lei eleitoral só permite a adesivação em veículos e janelas residenciais quando a peça tem até meio metro quadrado.

Com as imagens do helicóptero em mãos, o MP chegou a cobrar explicações do cantor sertanejo e da empresa. Gusttavo Lima informou que, à época, ele e o frigorífico tinham um um contrato de uso de imagem, que posteriormente foi rescindido. Já a aeronave acabou transferida para outra empresa em agosto, diz o MP.

COM A PALAVRA, O CANTOR E O FRIGORÍFICO

Até a publicação deste texto, a reportagem buscou contato com Gusttavo Lima e a Casa de Carnes Frigorífico Goiás, mas sem sucesso. O espaço está aberto para manifestações.

Estadão
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