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Política

MPF apura legalidade de questionário da PRF sobre inclinação política de servidores

Em resposta a ofício do MPF de Goiás, PRF terá 15 dias para explicar questionário sobre posicionamento político de seus servidores; após repercussão, órgão diz que suspendeu aplicação do teste

18 jul 2024 - 10h33
(atualizado às 16h22)
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O Ministério Público Federal (MPF) em Goiás instaurou uma apuração sobre um formulário da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que questiona o posicionamento político dos servidores da corporação. Com o ofício, a PRF terá 15 dias para se explicar sobre o teste.

O formulário integra um curso sobre direitos humanos da Polícia Rodoviária Federal e propõe que o servidor responda, entre opções que variam de "extrema esquerda" a "extrema direita", com qual delas o agente público mais se identifica.

Após a repercussão do caso, a PRF informou que suspendeu a aplicação do formulário, que estava acarretando em "margem para interpretação diversa da proposta original".

Formulário da Polícia Rodoviária Federal (PRF) pergunta aos servidores sobre posicionamento ideológico e partidário
Formulário da Polícia Rodoviária Federal (PRF) pergunta aos servidores sobre posicionamento ideológico e partidário
Foto: Evelson de Freitas/Estadão / Estadão

No questionário, também consta questionamento sobre as preferências partidárias dos servidores. Entre as opções apresentadas, constam siglas como Partido Democrático Trabalhista (PDT), Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Partido Verde (PV), Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e Partido dos Trabalhadores (PT). Além dessas legendas, as agremiações União Brasil, MDB e PRD são apresentadas no formulário com suas denominações anteriores: Democratas, PMDB e PTB, respectivamente.

Segundo o MPF de Goiás, a apuração pretende averiguar "a motivação, legalidade, necessidade e a utilidade desse ato administrativo por parte da PRF".

A Polícia Rodoviária Federal disse que o formulário, denominado Teste de Associação Implícita (TAI), era de preenchimento voluntário e anônimo. Além disso, segundo a corporação, a aplicação do TAI já foi retirada do curso de direitos humanos do qual fazia parte. A suspensão, segundo a PRF, "se deu por considerar que o questionário gerou margem para interpretação diversa da proposta original".

Política entre servidores da PRF

O caso se soma a outros episódios envolvendo posicionamentos políticos na PRF. Durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), houve forte associação de que os agentes do órgão eram apoiadores do então chefe do Executivo.

Após as eleições gerais de 2022, integrantes da Polícia Rodoviária Federal passaram a ser alvo de investigação por, supostamente, agirem para bloquear o trânsito e tentar manipular o resultado do pleito. O ex-diretor-geral da PRF Silvinei Vasques está preso no complexo penitenciário da Papuda, em Brasília, sob a acusação de uso indevido do cargo para fazer campanha em favor de Bolsonaro.

Leia a íntegra da nota da Polícia Rodoviária Federal

A aplicação do Teste de Associação Implícita (TAI) - de preenchimento facultativo e anônimo - foi suspensa do Curso de Direitos Humanos. A decisão da gestão da Universidade Corporativa da Polícia Rodoviária Federal (UniPRF) se deu por considerar que o questionário gerou margem para interpretação diversa da proposta original. O Teste de Associação Implícita (TAI) é um modelo pré-estabelecido e consta no site da Universidade de Harvard, sem nenhum registro em bancos de dados da PRF.

Estadão
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