O Ministério Público Federal apresentou, nesta quinta-feira (14), uma denúncia contra 13 pessoas referentes à 11ª fase da Operação Lava Jato. Entre os denunciados estão os ex-deputados André Vargas, Pedro Corrêa, Aline Corrêa e Luiz Argôlo. É a primeira vez que o MPF denuncia parlamentares envolvidos no esquema de corrupção. Agora, cabe à Justiça Federal aceitar ou não as denúncias.
Eles foram denunciados por corrupção, organização criminosa, lavagem de dinheiro e peculato (no caso do núcleo de Pedro Corrêa). "As acusações de hoje representam o começo do fechamento de um ciclo. Denunciamos os operadores, os empresários e, agora, chegamos aos agentes políticos", disse o procurador Deltan Dallagnol, que coordena a Força Tarefa da Operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras.
"André Vargas foi beneficiário de contratos firmados entre uma agência de publicidade (Borgi Lowe) e a Caixa Econômica Federal e o Ministério da Saúde, a partir da subcontratação de empresas em nome da família Vargas", disse o procurador. Foram repassados, no total, R$ 1,1 milhão dos contratos a essas empresas.
Contra Pedro Corrêa e Aline Corrêa, a denúncia tem relação direta com o esquema da Petrobras, sendo o ex-deputado um dos destinatários do pagamento de propinas na diretoria de abastecimento da Petrobras, através do doleiro Alberto Youssef.
O MPF também identificou a nomeação de funcionários fantasmas nos gabinetes de Pedro Corrêa e Aline Corrêa, num desvio total de R$ 730 mil dos cofres públicos. No total, o grupo de Pedro Corrêa teria sido beneficiado de R$ 399 milhões nos 280 atos de corrupção dos quais são acusados.
Ex-deputados presos na 11ª fase da Lava Jato depõem na CPI da Petrobras:
A denúncia contra Luiz Argôlo diz que o ex-deputado é responsável pelo desvio de R$ 1,6 milhão em corrupção e lavagem de dinheiro. "Luiz Argôlo criou uma relação diferente dos demais parlamentares com Alberto Youssef. Passou a ser quase um sócio de Youssef em alguns negócios, o que o fez ser privilegiado no repasse de propinas, recebendo dinheiro até do próprio Youssef", explicou o procurador Paulo Roberto de Carvalho. "Ele também recebeu pelo interesse que Youssef tinha na carreira política de Argôlo, que beneficiaria empresas do doleiro usando seu mandato", diz.
"Youssef pagou móveis para a casa do Argôlo, gado para o ex-deputado, cadeiras de rodas que foram doadas por Argôlo, fez depósitos e entregas em dinheiro, além do 'empréstimo' por dois anos de um helicóptero para o ex-deputado", explicou o procurador.
O MPF ainda denuncia que Argôlo fez 40 visitas ao escritório de Youssef usando passagens áreas da cota da Câmara, um crime de peculato de R$ 55 mil.
A lista de denunciados também inclui Leon Dênis Vargas Ilário, Milton Vargas Ilário e Ricardo Hoffmann; Ivan Vernon, Marcia Danzi, Alberto Youssef, Rafael Ângulo Lopes e Fábio Corrêa; e Carlos Alberto Costa.
Foto tirada da sede da Petrobras em 2010, no Rio de Janeiro. A empresa está no centro de um escândalo de corrupção investigado desde 2014
Foto: Bruno Domingos / Reuters
"Lava Jato" refere-se ao uso de uma rede de lavanderias e postos de combustíveis para movimentar os valores oriundos de práticas criminosas
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O presidente da empreiteira OAS José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, preso ao ser deflagrada a Operação Lava Jato da Polícia Federal (PF)
Foto: Marcos Bezerra / Futura Press
O doleiro Alberto Youssef e os Executivos da Empresa OAS, José Adelmário Pinheiro Filho, José Ricardo Nogueira, Agenor Franco Magalhães e Mateus Coutinho de Sá Oliveirapreso da Operação Lava Jato que está detido na sede da Policia Federal em Curitiba, PR, sai para depor na sede da Justiça Federal
Foto: Vagner Rosario / Futura Press
Após prestar depoimento, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, deixa a sede da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo
Foto: Renato Ribeiro Silva / Futura Press
Venina Velosa deu seu depoimento à Justiça nesta sexta-feira para operação Lava Jato
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O procurador da República, Carlos Fernando dos Santos Lima (à esq.), os delegado Igor de Paula e Marcio Anselmo e o superintendente regional da PF Rosalvo Franco durante coletiva de imprensa na sede da PF, em Curitiba, sobre a nona fase da Operação Lava Jato
Foto: Vagner Rosario / Futura Press
Depoimentos ocorreram nesta segunda-feira, em Curitiba (PR)
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O procurador Rodrigo Janot concede coletiva a imprensa no Hotel Mabu, em Curitiba (PR), nesta quinta-feira (11), sobre os indiciados na Operação Lava Jato. São em torno de 20 nomes que serão apresentados pelo MPF ao Juiz Sergio Moro
Foto: Vagner Rosario / Futura Press
Lava Jato: foragido, Adarico Negromonte se entrega a PF
Foto: Roger Pereira / Especial para Terra
Não há provas de que o atual diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Consenza, tenha envolvimento com o esquema de pagamento de propina na Petrobras
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Juiz Federal do Paraná, Sérgio Moro, investiga o caso
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O deputado federal, André Vargas, teve mandato cassado por envolvimento em negócios com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato por participação em um esquema de lavagem de dinheiro
Foto: Gustavo Lima / Agência Câmara
Apontado como um dos chefes da quadrilha, o dono de um dos maiores postos de combustíveis da área central de Brasília, próximo à Torre de TV - onde também funciona uma lavanderia e uma casa de câmbio - foi preso
Foto: Polícia Federal / Divulgação
O grupo investigado seria responsável pela movimentação financeira e lavagem de ativos de diversas pessoas físicas e jurídicas envolvidas em crimes como o tráfico internacional de drogas, corrupção de agentes públicos, sonegação fiscal, evasão de divisas, extração e contrabando de pedras preciosas e desvio de recursos públicos
Foto: Polícia Federal / Divulgação
João Gualberto Pereira Neto se apresenta voluntariamente na sede da Polícia Federal em Curitiba (PR) - ele veio dos Estados Unidos para Curitiba, para depor sobre o esquema de corrupção de licitação e obras da Petrobras, descoberto na Operação Lava Jato da Polícia Federal
Foto: Vagner Rosario / Futura Press
O prestador de serviço da Engevix, Milton Pascowitch saindo da sede da Polícia Federal, em São Paulo (SP), após prestar depoimento na nona fase da operação Lava Jato, deflagrada na manhã desta quinta-feira (05).