MPs que ajustam benefícios serão alteradas, diz líder do PT
Medidas que alteram acesso a benefícios receberam mais de 600 emendas parlamentares
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Sibá Machado (AC), admitiu nesta terça-feira que os ajustes trabalhistas e previdenciários não serão aprovados da mesma forma que foram encaminhados pelo Palácio do Planalto. As duas medidas provisórias, que alteram acesso a benefícios como seguro desemprego e pensão por morte, receberam mais de 600 emendas de parlamentares que querem alterar o texto.
“Com 600 emendas, é claro que ele jamais será aprovado na sua origem”, disse o deputado, após se reunir com líderes de partidos da base aliada. “Não tem como. As centrais sindicais já chegaram a propor a retirada das medidas provisórias”, acrescentou.
Líderes de centrais sindicais devem se reunir na tarde desta terça-feira com os presidentes da Câmara e do Senado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL), na tentativa de alterar as medidas do governo federal. No fim do ano passado, o Palácio do Planalto dificultou o acesso ao seguro desemprego e outros benefícios para tentar economizar R$ 18 bilhões.
As propostas para alterar as medidas partiram até mesmo do PT, partido da presidente Dilma Rousseff. Apesar de admitir a impossibilidade de aprovar as medidas, o deputado acredita que há “aberrações” nos benefícios, como o uso indiscriminado do seguro-defeso de pescadores.