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Política

MT: prefeito reeleito é denunciado pelo MP por suspeita de compra de votos de indígenas com frango

Vice-prefeita e vereador também foram denunciados

18 dez 2024 - 12h15
(atualizado às 13h15)
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Prefeito reeleito é denunciado pelo MPE
Prefeito reeleito é denunciado pelo MPE
Foto: Reprodução/Instagram/Edelo Marcelo Ferrari

O Ministério Público Eleitoral (MPE) denunciou a chapa de Edelo Marcelo Ferrari (União), prefeito reeleito de Brasnorte (MT), a 587 quilômetros de Cuiabá, por suspeita de transporte irregular de eleitores e compra de votos com dinheiro, combustível e até frango congelado ao povo indígena Enawenê-Nawê.

A ação movida pelo promotor Jacques de Barros Lopes pode resultar na cassação de Edelo, da vice-prefeita Roseli Borges de Araújo Gonçalves e do vereador Gilmar Celso Gonçalves, aplicação de multa de até R$ 53,2 mil e até anulação da eleição na cidade. O prefeito e o vereador também podem ficar inelegíveis por oito anos. Outras quatro pessoas foram citadas na ação.

De acordo com o Ministério Público, as denúncias também apontam para o aliciamento de indígenas para a transferências dos domicílios eleitorais para Brasnorte. A terra citada pertence aos municípios de Juína, Comodoro e Sapezal.

Essa mudança de domicílio dos eleitores indígenas é vista como determinante para o resultado das eleições. Dos 107 eleitores transferidos para Brasnorte, 96 votaram, o que representa uma taxa de abstenção menor que a média da cidade.

O MP também lembra que dois ônibus foram enviados à aldeia para transportar eleitores à véspera do pleito, mas foram interrompidos pelo Exército após denúncias de irregularidades. Mesmo com a ação dos agentes, os indígenas utilizaram veículos próprios, com combustível custeado por um aliado da chapa.

Ainda segundo o órgão, a denúncia é baseada em vídeos, depoimentos e registros de transferências bancárias. Rogério Gonçalves, subsecretário de infraestrutura, e João Gomes da Silva Júnior, diretor de iluminação da Secretaria de Infraestrutura, são apontados pela denúncia como responsáveis pela logística e pelos pagamentos relacionados às irregularidades.

Por meio das redes sociais, Edelo se disse surpresa com a ação e negou qualquer envolvimento com irregularidades nas eleições: “Nossos advogados estão se inteirando sobre a ação para que a verdade seja restabelecida”, escreveu.

Fonte: Redação Terra
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