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Política

Mulheres são maioria do eleitorado paulista, que ganha nova leva de jovens; veja dados

Eleitoras respondem por 54% dos quase 10 milhões de moradores de São Paulo aptos a votar em outubro; novidade do ano é o aumento no número de jovens que votarão pela primeira vez, reflexo positivo das campanhas promovidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

24 jul 2024 - 20h10
(atualizado em 25/7/2024 às 19h12)
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As mulheres seguem sendo a maioria entre os quase 10 milhões de eleitores da capital paulista, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ao todo, a cidade tem 5.039.063 eleitoras aptas a votar nas eleições de outubro, o que representa 54% do total de pessoas que poderão ir as urnas escolher o futuro prefeito da maior cidade do País. Os eleitores do gênero masculino são 4.277.258. Desde o último pleito, a distribuição de eleitores por gênero se mantém inalterada na capital paulista.

A novidade este ano está entre os mais jovens, especificamente aqueles com 16 e 17 anos. De acordo com o TSE, foi registrado um aumento de 52,6% no número de pessoas nesta faixa etária que estão aptas a votar em outubro frente ao que havia na eleição municipal passada. Em 2020, a cidade contabilizava 18.341 jovens aptos a votar. Esse número agora é de 28.003.

Apesar do avanço, é importante lembrar que para esse grupo o voto é facultativo - permitido, mas não obrigatório. Além disso, a faixa representa apenas 0,3% dos quase 10 milhões de votantes da cidade. Em todo o Brasil, 1,83 milhão de jovens podem ir às urnas neste ano.

A faixa etária de 45 a 59 anos continua sendo a que concentra o maior número de eleitores em São Paulo, com 26% do total. As faixas de 35 a 44 anos e de 25 a 34 anos aparecem em seguida, respectivamente, com 20,5% e 18,8% do eleitorado. A soma de quem tem mais de 60 anos e pode votar na capital paulista passa de 2,27 milhões (24,3% dos eleitores).

Caio Barbosa, doutor em ciência política pela Universidade de São Paulo (USP), pondera que um percentual significativo de eleitores na faixa etária superior aos 45 anos não se traduz, diretamente, na aprovação de propostas mais conservadoras.

"Embora seja uma tendência de uma população mais velha ser mais conservadora, muitas vezes você pode ter um jovem que é evangélico e, tradicionalmente, possui um voto mais conservador do que uma pessoa mais idosa", explica Barbosa.

Denilde Holzhacker, cientista política e professora da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), reconhece a relevância do grupo etário entre 45 e 59 anos responder por pouco mais de um quarto do eleitorado da capital paulista, mas pondera que os recortes por renda e escolaridade são fundamentais para um análise mais acurada.

A distribuição dos eleitores pelas diferentes regiões da cidade é outro fator destacado pela professora. Diferentes bairros e zonas do município tendem a apresentar perfis distintos de padrão eleitoral, segundo Denilde.

Na disputa de 2020 para a Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) teve vantagem em zonas eleitorais do extremo sul e leste da cidade. Em bairros como Cidade Tiradentes e São Mateus, na Zona Leste, e Parelheiros, Grajaú, Piraporinha, Valo Velho, Capão Redondo e Campo Limpo, na Zona Sul, o deputado federal ficou na frente de Bruno Covas (PSDB) - que liderou a corrida no resto do município e venceu o pleito.

O peso das temáticas locais

"As eleições municipais são definidas pelas temáticas locais", alerta a professora. "A segurança, por exemplo, é um problema que atinge todas as regiões da cidade de São Paulo." Essa temática, além dos crimes cometidos no município são apontados como o problema mais grave da maior cidade do País por 29% dos eleitores, conforme pesquisa Genial/Quaest divulgada no final de junho. As menções ao tema superam assuntos que são comumente debatidos em eleições municipais, como saúde (17%), educação (5%) e transporte público (5%).

No entanto, Barbosa recorda que o pleito paulistano tem 'muita relação' com o nacional, já que São Paulo costuma refletir a polarização nacional há bastante tempo. "Por exemplo, na última eleição, o Covas teve uma votação muito semelhante àquela que Jair Bolsonaro (PL) teve na cidade. E o Boulos teve uma votação semelhante à de Fernando Haddad (PT)", diz. A ideia dos partidos é, com a divisão política, esperar que o resultado desse ano seja semelhante ao dos anos anteriores, com "Boulos como candidato de Lula (PT) e Ricardo Nunes (MDB) como candidato de Bolsonaro."

O avanço dos eleitores com ensino superior completo

O número de pessoas com ensino superior completo aptas a votar em outubro ultrapassou pela primeira vez o daquelas com ensino fundamental incompleto que, agora, representam o 4º maior grupo do eleitorado paulistano. O índice passou de 16% em 2020, com 1,44 milhão de eleitores, para 16,4%, com 1,53 milhão de pessoas em 2024. Já a taxa de quem possui o fundamental incompleto caiu de 17,7% para 16%.

Os que declararam ter o ensino médio completo ainda são maioria (29,2%), com 2.726.583 pessoas. Em 2020, eram 27,7%.

Para as eleições paulistanas deste ano, o número de eleitores e eleitoras com nome social chegou a 4.055 - aumento de 300% em relação ao último pleito local, realizado em 2020, em que 1.012 pessoas solicitaram o tratamento pelo nome com o qual se identificam. Em 2018, ano em que o TSE passou a permitir que pessoas trans e travestis requisitassem esse tipo de tratamento, a quantidade desses eleitores foi de 740 na maior cidade do Brasil.

A faixa etária que mais solicitou a inclusão do nome social no registro eleitoral foi a de 25 a 34 anos, com 1.139 pedidos. O grupo de 21 a 24 anos e o de 18 a 20 de idade vêm em seguida, com 979 e 976 solicitações respectivamente.

São Paulo é o município que possui o maior registro de eleitores que pediram a inclusão do nome social em seus registros de votação em relação ao País inteiro. Em seguida, estão Rio de Janeiro (RJ), com 2.261; Fortaleza (CE), com 1.058; Salvador (BA), com 819; e Curitiba (PR), com 558 solicitações do tipo.

A concentração de eleitores que usam o nome com o qual se identificam é maior em grandes centros urbanos, com oito capitais no topo da lista. Guarulhos e Campinas são as únicas cidades que não são capitais que aparecem entre as dez com maior concentração de votantes com nome social.

Estadão
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