Na volta ao Senado, Jader Barbalho se diz 'melhor aprendiz'
- Laryssa Borges
- Direto de Brasília
Em rápida cerimônia, tomou posse nesta quarta-feira, em pleno recesso no Congresso Nacional, o senador Jader Barbalho (PMDB), eleito pelo Pará com 1,799 milhão de votos nas eleições de 2010. Após a solenidade e a leitura do juramento de "desempenhar fiel e lealmente o mandato de senador", Barbalho afirmou que retorna ao Senado como um "aprendiz", um "recruta que se apresenta" no quartel.
Jader Barbalho foi o segundo senador mais votado no Pará nas eleições de 2010, mas havia sido enquadrado como "ficha suja" pelo fato de, em 2001, ter renunciado ao cargo que ocupava como senador para se livrar de um processo de cassação. Entre outras denúncias, ele era suspeito na época do desvio de dinheiro da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) para custear um criadouro de rãs. A entidade teria repassado R$ 9,6 milhões para arcar com as despesas do ranário.
O direito do político paraense foi confirmado no último dia 14 após voto de desempate do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cezar Peluso. Em março, o STF decidiu que as novas regras de inelegibilidade não poderiam ser aplicadas nas eleições de 2010 por violar o princípio da anualidade eleitoral, que estabelece que a lei que alterar o processo eleitoral não pode se aplicada à eleição que ocorra a menos de um ano da data de sua vigência. A Lei da Ficha Limpa foi votada e sancionada em 2010.
Ao lado dos filhos Geovana, 15 anos, e Daniel, 9 anos, o político paraense evitou comentar nesta quarta-feira a atuação parlamentar da senadora Marinor Brito (PSOL-PA), que ocupou a cadeira na qual ele hoje tomou posse.
"Venho para cá com o único compromisso. Entro aqui no final da fila como um recruta que se apresenta e colaborar com os projetos fundamentais para o País. Tenho procurado fazer da minha vida um aprendizado e volto um melhor aprendiz", disse ele.
O novo senador também evitou se posicionar sobre a aplicabilidade da Lei da Ficha Limpa nas eleições municipais de 2012, mas relembrou que ele próprio, quando deputado, votou em favor do mérito das novas regras de inelegibilidade.
Faxina
Aliado do governo federal, Jader Barbalho disse também não ver problema no fato de a presidente Dilma Rousseff ter retirado sete ministros de seu governo logo no primeiro ano, sendo seis por denúncias de corrupção. "Não há questão de muito ou pouco. Há uma questão de conveniência política. Ela (Dilma) encerra o ano, apesar das dificuldades políticas - inclusive com demissão de ministros -, com o Brasil como o sexta economia do mundo e índices de popularidade maiores que seus antecessores, inclusive que o do Lula", afirmou.