Script = https://s1.trrsf.com/update-1734630909/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Política

Não colaboro com inimigo, diz militar à Comissão da Verdade

8 set 2014 - 16h03
(atualizado às 18h46)
Compartilhar
Exibir comentários
<p>Pedro Dallari, presidente da Comissão Nacional da Verdade, vai pedir explicações do Ministério da Defesa sobre a resposta do militar</p>
Pedro Dallari, presidente da Comissão Nacional da Verdade, vai pedir explicações do Ministério da Defesa sobre a resposta do militar
Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

O tenente reformado do Exército José Conegundes do Nascimento, que atuou na repressão à guerrilha do Araguaia, se recusou a depor à Comissão Nacional da Verdade (CNV) para, segundo ele, não colaborar com o “inimigo”, segundo um documento divulgado nesta segunda-feira pelo órgão. O coordenador da CNV, Pedro Dallari, vai pedir explicações do Ministério da Defesa sobre a resposta do militar.

“Não vou comparecer, se virem. Não colaboro com o inimigo”, escreveu Conegundes em resposta a uma carta da Comissão da Verdade. O grupo pretendia ouvi-lo nesta segunda-feira, às 14h.

Conegundes é um dos autores do livro Ovril – Tentativas de Tomada do Poder, no qual os militares dão sua versão sobre o golpe de 1964. Para ele, comunistas tentavam tomar o poder e instaurar um regime no Brasil.

O militar reformado José Brant Teixeira também se recusou a participar da comissão e afirmou que a convocação deve partir do exército.  “Tendo em vista já ter apresentado um laudo de AVC em 2011, fui dispensado de comparecer perante essa Comissão. Segundo orientação do Exército, as convocações devem partir daquela autoridade”, disse.

O coordenador da comissão criticou a recusa dos militares. "É uma afronta à Comissão, que foi constituída por lei, tem o direito de colher esses depoimentos", disse Pedro Dallari.

A comissão evitou pedir para que a Polícia Federal levasse à força os depoentes e pediu para o ministério verificar se houve infração. Para Dallari, a resistência dos comandos das Forças Armadas em reconhecer que houve tortura durante o regime militar estimula a conduta. "Sem dúvida há uma resistência por parte desses depoentes em colaborar com a comissão e temos absoluta clareza que eles estão sendo estimulados pelo fato de até hoje as Forças Armadas se recusam a reconhecer que houve tortura e grave violações de direitos humanos", disse.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade