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Política

Não há faixas contra a democracia, diz Bolsonaro sobre ato

17 mai 2020 - 12h51
(atualizado às 14h32)
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Manifestantes durante carreata de apoio a Bolsonaro realizada no Esplanada dos Ministérios, em Brasília
Manifestantes durante carreata de apoio a Bolsonaro realizada no Esplanada dos Ministérios, em Brasília
Foto: Léo Bahia/Fotoarena / Estadão

O presidente Jair Bolsonaro e ministros desceram a rampa do Palácio do Planalto, neste domingo, para encontrar apoiadores que se reuniram em uma manifestação a favor do governo, provocando uma grande aglomeração apesar das recomendações de autoridades sanitárias pelo distanciamento social para conter o avanço do coronavírus no país.

Ao contrário de outras ocasiões, em que cumprimentou diversas pessoas em atos semelhantes, dessa vez o presidente usava máscara de proteção e se manteve a uma certa distância dos manifestantes, separado por grades, mas pegou no colo ao menos três crianças para posar para fotos.

Bolsonaro vai na contramão do que recomendam especialistas ao defender o fim do isolamento social para conter a Covid-19, alegando que os impactos econômicos são piores do que os efeitos da própria doença, que já chamou de "gripezinha". O Brasil encerrou a semana passada como um dos cinco países do mundo com mais casos registrados da doença respiratória provocada pelo novo coronavírus, com mais de 233 mil registros e quase 15 mil mortos.

Manifestantes durante carreata de apoio a Bolsonaro realizada no Esplanada dos Ministérios, em Brasília
Manifestantes durante carreata de apoio a Bolsonaro realizada no Esplanada dos Ministérios, em Brasília
Foto: Léo Bahia/Fotoarena / Estadão

"Manifestação pura de uma democracia. Fico muito honrado com isso. O governo federal tem dado todo o apoio para atender as pessoas que contraíram o vírus e esperamos brevemente ficar livre dessa questão para o bem de todos nós", disse o presidente em transmissão ao vivo em suas redes sociais durante o ato.

O ato de apoio ocorreu dois dias após o pedido de demissão de Nelson Teich do Ministério da Saúde com menos de um mês no cargo. Bolsonaro ainda não anunciou o próximo ministro, que será o terceiro em pouco mais de um mês. Luiz Henrique Mandetta foi demitido em abril por discordar do presidente em relação ao isolamento social.

Manifestantes durante carreata de apoio a Bolsonaro realizada no Esplanada dos Ministérios, em Brasília
Manifestantes durante carreata de apoio a Bolsonaro realizada no Esplanada dos Ministérios, em Brasília
Foto: Léo Bahia/Fotoarena / Estadão

Uma faixa erguida por apoiadores do presidente no ato em frente ao Planalto pedia "Hidroxicloroquina já". O medicamento, sem comprovação científica de eficácia contra a Covid-19, é amplamente defendido por Bolsonaro para tratar a doença, o que o colocou em rota de colisão de Teich.

Bolsonaro exaltou durante a manifestação o fato de o ato não conter "nenhuma faixa agressiva a quem quer que seja". Protestos anteriores de apoio ao presidente foram marcados por faixas defendendo o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) e defendendo o retorno do AI5 -- o ato mais duro editada pela ditadura militar.

"Movimento espontâneo, nenhuma faixa que atente contra as instituições ou contra o Estado Democrático de Direito", afirmou o presidente na transmissão ao vivo em suas redes sociais.

Manifestantes durante carreata de apoio a Bolsonaro realizada no Esplanada dos Ministérios, em Brasília
Manifestantes durante carreata de apoio a Bolsonaro realizada no Esplanada dos Ministérios, em Brasília
Foto: Léo Bahia/Fotoarena / Estadão

Havia, no entanto, manifestantes portando faixas contra o STF durante o ato, que percorreu a Esplanada dos Ministérios.

Bolsonaro estava acompanhado no Planalto de diversos ministros, incluindo Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), André Mendonça (Justiça e Segurança Pública) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), além de parlamentares que o apoiam, como o filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

Um dos aliados do presidente segurava um mastro com as bandeira do Brasil, dos Estados Unidos e de Israel no alto da rampa.

(Com reportagem adicional de Adriano Machado, em Brasília)

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