Não sei de onde ele tira "fantasma" do exército na eleição, diz Bolsonaro
Em sua live semanal,o presidente respondeu a Fachin
O presidente Jair Bolsonaro rebateu nesta quinta-feira fala do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, e afirmou que ninguém quer atacar a democracia ou o sistema eleitoral, mas defendeu que a transparência das eleições é uma questão de segurança nacional.
Bolsonaro frequentemente recorre à estratégia de questionar a lisura e a segurança da votação, abrindo, com suas declarações uma crise institucional. O presidente sugeriu, inclusive, que as Forças Armadas façam uma apuração paralela da eleição, iniciativa que não tem qualquer amparo legal.
Mais cedo, Fachin destacou que é a população desarmada quem trata das eleições, e disse que a corte não se dobrará a quem quer que seja. Bolsonaro, no entanto, disse que o ministro está criando "fantasma".
"Eu não sei de onde ele está tirando esse fantasma que as Forças Armadas querem interferir na Justiça Eleitoral", disse Bolsonaro na tradicional live semanal via redes sociais.
"Não existe interferência, ninguém quer impor nada, ninguém quer atacar as urnas eletrônicas, atacar a democracia, nada disso... Ninguém está fazendo, incorrendo, em atos antidemocráticos", disse o presidente.
Ao lembrar da participação das Forças Armadas nas eleições na área de segurança, Bolsonaro fez questão de dizer, mais uma vez, que os militares foram convidados pelo próprio TSE para participarem da comissão de transparência das eleições criada pela corte.
"A transparência das eleições, uma eleições limpas, seguras, transparentes, é questão de segurança nacional. Ninguém quer ter dúvidas quando acaba a eleição se aquele candidato ganhou mesmo ou não, né. Ou se o que perdeu, perdeu ou não", defendeu.
O presidente lembrou ainda que a participação das Forças Armadas na comissão de transparência pode ser finalizada, se assim desejar Fachin, porque ele, como presidente do TSE, teria o poder de revogar a portaria que criou o colegiado. Também reclamou do que considerou uma "forma descortês" de Fachin se referir à instituição militar.
Enquanto isso não ocorrer, informou, os militares seguirão "fazendo seu trabalho".