Nas redes, bolsonaristas exaltam indulto; para não militantes, ato é ditatorial
A decisão do presidente Jair Bolsonaro (PL) de conceder indulto ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 8 anos e 9 meses de prisão, dividiu opiniões nas redes sociais.
Pesquisa Modalmais/AP Exata divulgada nesta sexta-feira, 22, aponta que o ato serviu para galvanizar a base bolsonarista. Fora da militância, no entanto, o perdão ao parlamentar foi visto como atitude autocrática e até mesmo ditatorial. Após o anúncio do indulto, 53% das menções ao episódio foram positivas, mas o número voltou aos patamares normais em menos de 24 horas.
"Nesse imbróglio político-institucional, os dados revelam que o caso Daniel Silveira serviu como estímulo retórico do bolsonarismo, mas encontra dificuldades em ter a aprovação de perfis fora da bolha militante", informa o relatório da Modalmais/AP Exata.
Na oposição, a narrativa usada para comentar o assunto é de que o presidente planeja um golpe de Estado, a conforme o resultado das eleições, e que o plano envolve a desacreditar o STF e de seus ministros. Defensores de Bolsonaro, no entanto, enxergam o contrário e entendem que o decreto preserva a Constituição e impede que um parlamentar seja punido por crime de opinião.
Para o instituto, o episódio pode prejudicar a recuperação da popularidade do governo. "Há ainda o risco de que o caso se estenda e prejudique a ascensão na aprovação do governo, uma vez que a radicalização do discurso presidencial nunca ajudou na melhoria de imagem da gestão, funcionando justamente de forma oposta."