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Política

No Paraná, Ratinho Junior ruma para reeditar tradição de 28 anos de reeleger governador

Com folga nas pesquisas desde o começo da disputa, governador fez campanha em que não precisou nem aparecer nos debates

2 out 2022 - 00h12
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A reeleição do governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), no primeiro turno é indicada com folga pelos institutos de pesquisa desde antes do início da campanha eleitoral. Com ampla base apoio, ele caminha para reeditar uma tendência de 28 anos. Desde 1994, o governador eleito no Estado fica dois mandatos consecutivos no Palácio Iguaçu. Pesquisa Ipec divulgada neste sábado, 1.º, aponta Ratinho Junior com 62% e Roberto Requião (PT), com 29% dos votos válidos.

"A não ser que aconteça uma catástrofe, o governador vai se reeleger como sempre acontece no Paraná. Isso tem relação com a articulação do grupo político. Ratinho Jr. tem poder de agenda muito grande com forças políticas, tem a maioria dos partidos, a máquina pública. Isso cria condições favoráveis a ele que são muito difíceis de enfrentar", avalia Rodrigo Horochovski, professor de ciência política e administração pública da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Sem ir a debates, Ratinho Jr. aproveitou o maior tempo de propaganda na TV, de 6 minutos e 31 segundos, mais para mostrar ações do primeiro mandato do que para fazer novas promessas. "Ratinho Jr. teve um governo sem sobressaltos e grandes problemas locais. E na pandemia, conseguiu apresentar respostas rápidas", aponta o cientista político.

No discurso, ele adotou o tom da disputa limpa, criticando a postura de Requião, com o que chama de "ataques da velha política". Também são candidatos ao governo do Estado Ricardo Gomyde (PDT), Solange Bueno (PMN), Professora Angela (PSOL), Professor Ivan (PSTU), Joni Correia (DC), Vivi Motta (PCB) e Adriano Teixeira (PCO), todos abaixo de 5% das intenções de voto.

O primeiro grande desafio do próximo governador será a definição sobre o pedágio nas rodovias que cortam o Paraná. No momento, as cancelas das praças estão abertas e sem cobrança. Os leilões dos dois primeiros dos seis lotes de concessão deverão ocorrer no primeiro trimestre de 2023. No plano de governo, Ratinho Jr. não incluiu a promessa de tarifas de 40% a 50% mais baratas que havia feito. Agora, ele fala em "expectativa de diminuição dos valores". Requião defende a cobrança apenas da tarifa de manutenção.

Disputa pelo Senado opõe ex-aliados Alvaro Dias e Sérgio Moro

Diferentemente da disputa pelo governo, a corrida pelo Senado permanece aberta no Paraná. Com base nas pesquisas, Paulo Martins (PL), candidato do governador e do presidente Jair Bolsonaro (PL), não decolou, e aparecem na liderança da disputa pela vaga o senador Alvaro Dias (Podemos) e o ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro (União Brasil). O Ipec aponta Dias à frente, mas há institutos que indicam empate técnico.

"Essa cadeira é cativa do Alvaro desde 1998. Nunca houve uma candidatura para enfrentá-lo. Moro é um personagem muito forte e uma novidade. Essa é uma eleição onde não há debate, acaba ficando em segundo plano. Mas ainda há número muito grande de indecisos. Então, se há disputa, tudo pode acontecer", explica o cientista político.

Estadão
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