Novo briga por segundo turno improvável em disputa na Alesp
Novato, Daniel José quer impedir que Macris seja eleito presidente da casa já no primeiro turno e critica Janaina Paschoal
“Pode ser zero, pode ser vinte”. O deputado estadual Daniel José (Novo) não sabe estimar quantos votos receberá na eleição que decidirá o próximo presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), na tarde desta sexta (15).
Com uma bancada composta por quatro parlamentares na assembleia paulista, o Novo busca angariar votos de quem está “no meio da rua”, ou seja, aqueles deputados que ainda não se decidiram. Segundo Daniel José, são muitos os indecisos.
Nos bastidores, porém, o favorito isolado é o atual presidente Cauê Macris (PSDB). Espera-se que ele tenha 70 votos, numa assembleia com 94 deputados. Na última eleição, em 2017, Macris recebeu 88 votos.
Outra candidata é Janaina Paschoal, que pertence à maior bancada da legislatura, o PSL, com 15 deputados. Os votos da advogada, porém, devem vir apenas do próprio PSL, à exceção do deputado do DEM Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, integrante do Movimento Brasil Livre (MBL).
Há ainda a candidatura da chamada Bancada Ativista, do PSOL, personificada no nome de Mônica Seixas, que deverá receber pelo menos quatro votos - o número de cadeiras do partido na Alesp.
Nesse ambiente engessado, o objetivo da candidatura do novato é tentar impedir que Macris consiga ser reeleito já no primeiro turno. “Muitos [deputados] me chamam de idealista”, diz Daniel José.
Ao Terra, o deputado do Novo não fez muitas críticas ao métodos e à figura de Macris, mas não poupou Janaina Paschoal, quem ele considera “muito combativa”.
Daniel José ironiza o fato de a deputada ter sido eleita com o maior número de votos da história do País, mas não conseguir apoios dentro da Assembleia. “Ela está perdendo para ela mesma”, diz o deputado do Novo.
“Ela não está fazendo campanha”, diz sobre a estratégia da advogada na disputa pela Mesa Diretora da Alesp.
Ao Terra, Janaina Paschoal disse que enviou um “e-mail padrão” a todos os parlamentares e também se dispôs a dialogar e tirar dúvidas. Mas preferiu não “ficar invadindo o espaço das pessoas”.
Alinhado ao que prega o partido Novo, Daniel José critica a falta de transparência na Alesp, que segundo ele, custa muito caro e não cumpre o seu papel. “Os projetos aprovados não são relevantes, o aspecto de fiscalização não é bem cumprido, e está impregnada com uma forma velha de fazer política”, diz.