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Política

Nunes e Tabata acionam Boulos e pedem retirada de post sobre pesquisa eleitoral

Tabata e Nunes acusam Boulos de manipular os dados e divulgar um cenário eleitoral que não foi testado na pesquisa

5 mar 2024 - 21h58
(atualizado às 23h00)
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Tabata, Nunes e Boulos são pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo
Tabata, Nunes e Boulos são pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo
Foto: Werther Santana; Felipe Rau e Pedro Kirilos/Estadão / Estadão

A deputada federal Tabata Amaral (PSB) e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), acionaram a Justiça Eleitoral, de forma separada, para que seja retirada do ar uma publicação de Guilherme Boulos (PSOL) em seu perfil no Instagram sobre a pesquisa eleitoral do instituto Real Time Big Data. Todos os três são pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo na eleição deste ano. Tabata e Nunes acusam Boulos de manipular os dados e divulgar um cenário eleitoral que não foi testado na pesquisa.

Na publicação, o deputado do PSOL coloca em um mesmo gráfico nomes que aparecem em cenários diferentes do levantamento, como Ricardo Salles (PL) e Marcos Pontes (PL). Ao mesmo tempo, o gráfico não mostra a intenção de votos da pré-candidata do PSB. Procurada, a pré-campanha de Boulos disse que não irá se posicionar. A ação de Tabata foi revelada pelo jornal O Globo e obtida pelo Estadão.

A pesquisa foi publicada na segunda-feira, 4, e aponta que Boulos lidera com 34% dos votos, seguido de Nunes, com 29%, e Tabata, com 10%. Os percentuais são na pesquisa estimulada, quando uma lista de candidatos é apresentada aos eleitores. A margem de erro é de três pontos percentuais e o nível de confiança 95%. Foram 2 mil entrevistas realizadas entre o dia 1º e 2 de março.

O pré-candidato do PSOL publicou inicialmente uma imagem no Instagram cuja manchete era: "Boulos lidera com 34% contra qualquer adversário!". O gráfico exibia Nunes com 29%, seguido de Ricardo Salles (PL-SP) com 12%, Marcos Pontes (PL-SP) com 11% e Padre Kelmon (PRD) com 1%. Salles, porém, só aparece no cenário 2, enquanto Pontes apenas no cenário 3 da pesquisa.

A publicação inicial foi alterada: quando o Estadão entrou no perfil do deputado na segunda-feira, 4, a manchete passou a afirmar que Boulos venceria "qualquer candidato bolsonarista", segundo a pesquisa Real Time Big Data, e excluiu Padre Kelmon.

"A pesquisa realizada pela Real Time Big Data não contém cenário com Guilherme Boulos, Ricardo Nunes, Ricardo Salles e Marcos Pontes como contendores entre si! O resultado foi forjado pelo Representado [Boulos], fato que constitui divulgação de pesquisa eleitoral fraudulenta", escreveram os advogados do prefeito de São Paulo.

A defesa de Tabata afirma que Boulos, "de forma deliberada", omitiu dados estatísticos com a "vil intenção de manipular e ludibriar o eleitorado" para se beneficiar. "Em outras palavras, nobre julgador, o Representado está propagando informação manipulada, desinformando o eleitor paulistano", argumentam. Os advogados afirmam ainda que a publicação não informou o nível de confiança da pesquisa, como exige a legislação eleitoral.

Tabata e Nunes pedem que o Instagram seja acionado para suspender a publicação. No caso da deputada, ela quer que o prazo seja de 24 horas e que Boulos, ao final do processo, seja condenado a pagar uma multa que pode variar de R$ 53 mil a R$ 106 mil. Além da penalidade financeira, a Lei das Eleições determina que a divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime que pode ser punido com detenção de seis meses a um ano.

Nunes e Boulos buscam polarizar a eleição na capital paulista. O prefeito é apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), enquanto o deputado do PSOL é apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Tabata tenta se viabilizar como uma alternativa aos dois polos embora pertença ao PSB, partido que apoia o petista em Brasília e compõe o governo federal com o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB). Ambos apoiam a pré-candidata.

Estadão
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