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Política

O que indicam as últimas pesquisas sobre o segundo turno da eleição à Prefeitura de São Paulo

Institutos constatam alta probabilidade de que segundo turno da eleição em SP seja disputado por dois entre os três candidatos com melhor colocação nos índices de intenção de voto, mas concorrentes seguem indefinidos entre Nunes, Boulos e Marçal

14 set 2024 - 14h46
(atualizado às 17h32)
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Segundo turno da eleição em SP deve ser disputado entre dois dos três candidatos com melhor colocação nos índices de intenção de voto, apontam institutos; contudo, concorrentes seguem indefinidos entre Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB)
Segundo turno da eleição em SP deve ser disputado entre dois dos três candidatos com melhor colocação nos índices de intenção de voto, apontam institutos; contudo, concorrentes seguem indefinidos entre Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB)
Foto: Felipe Rau e Werther Santana/Estadão / Estadão

A menos de um mês das eleições, a disputa pela Prefeitura de São Paulo segue em empate triplo entre o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e o empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB). Da mesma forma, os cenários para o eventual segundo turno na eleição paulistana segue indefinido.

Nos levantamentos desta semana, ainda não há clareza sobre quem serão os candidatos que disputarão a etapa derradeira da eleição paulistana. Os institutos de pesquisa, no entanto, já indicam uma possível vantagem de Nunes nos cenários de segundo turno em que ele participa.

O primeiro turno das eleições municipais de 2024 está marcado para o primeiro domingo de outubro, dia 6. Nas cidades com mais de 200 mil eleitores registrados, no caso de nenhum dos postulantes a prefeito obter maioria absoluta dos votos, ou seja, 50% dos eleitores mais um, um eventual segundo turno está previsto para 27 de outubro, o último domingo do mês.

Quem vai para o segundo turno da eleição em SP?

Os institutos utilizam metodologias distintas para a medição dos índices de intenção de voto e os resultados numéricos de cada levantamento não são comparáveis entre si. Contudo, o prognóstico entre os levantamentos é o mesmo: nas últimas semanas, persiste um empate técnico triplo entre Guilherme Boulos, Ricardo Nunes e Pablo Marçal.

Além do empate técnico, os institutos constatam que o pelotão dos três está descolado em relação aos demais postulantes à Prefeitura paulistana. As medições permitem afirmar que, no momento, há uma alta probabilidade de que um eventual segundo turno seja disputado entre dois desses três candidatos.

Contudo, não há probabilidades conclusivas sobre qual será a formação do eventual segundo turno, nem mesmo a de qual candidato, entre os três, possui mais chances de avançar à fase final da eleição. A inconclusão não se explica somente pelo empate técnico triplo, mas também pela indefinição entre quais candidatos possuem o voto mais ou menos consolidado.

Do ponto de vista técnico, a cristalização da intenção de voto em um determinado candidato é medida por meio da defasagem dos índices entre a pesquisas estimulada e espontânea. No cenário estimulado, o agente da pesquisa informa ao entrevistado quais são as opções de voto no pleito; na espontânea, o entrevistado diz, por conta própria, qual é sua preferência de voto. A defasagem entre os dois índices indica quais candidatos possuem o eleitorado mais convicto da opção de voto, e quais estão mais suscetíveis a não converterem os índices de intenção de voto do cenário estimulado.

No caso da eleição paulistana, os levantamentos indicam que Guilherme Boulos, Pablo Marçal e Ricardo Nunes estão empatados tecnicamente não só no cenário estimulado, mas também na espontânea. Por isso, os institutos fizeram testes com os três cenários possíveis com o cruzamento das opções: um segundo turno entre Ricardo Nunes e Guilherme Boulos, uma disputa entre Pablo Marçal e o candidato do PSOL e, por fim, uma etapa derradeira da eleição entre o prefeito paulistano e o ex-coach.

Ricardo Nunes vence todos os adversários no segundo turno

Os principais institutos constatam que, entre os cenários de segundo turno testados, as maiores vantagens numéricas são em favor do atual prefeito, Ricardo Nunes.

Em um possível confronto com o ex-coach, os institutos de pesquisa apontam uma vantagem considerável de Nunes. Na última pesquisa Datafolha, divulgada em 12 de setembro, o prefeito venceria Pablo Marçal com mais de 30 pontos porcentuais de vantagem, por 59% a 27%. Nesta hipótese, são 13% os que votariam branco ou nulo e 1% estão indecisos.

Segundo o Paraná Pesquisas divulgado na sexta, 13, Nunes venceria o ex-coach por 51,4% a 27,3%. São 15,6% os que votam branco ou nulo e 5,7% não souberam responder. No levantamento da Quaest, divulgado na quarta-feira, 11, há 50% de intenção de voto para o prefeito ante 30% ao empresário e influenciador, com 15% de brancos e nulos e 5% de indecisos.

Nunes também venceria Guilherme Boulos, ainda que, contra o candidato do PSOL, a margem de votos seja numericamente menor em relação a um eventual confronto com Marçal.

Segundo o Datafolha, o prefeito teria 53% de votos ante 38% de Boulos, com 8% de brancos e nulos e 1% de indecisos. Na testagem do Paraná Pesquisas, a vantagem de Nunes é de 51,1% contra 33,6%, com 9,4% de brancos e nulos e 5,9% de entrevistados que não responderam. Na pesquisa Quaest, o atual prefeito vence o deputado federal por 48% a 33%, com 13% de votos brancos ou nulos e 6% de indecisos.

Na perspectiva histórica de cada levantamento, os dados indicam um cenário estacionário, com oscilações dentro da margem de erro de cada instituto, indicando que a vantagem do emebedista nestas hipóteses permanece, por ora, cristalizada.

Boulos se desloca de Marçal, mas cenário segue acirrado

Segundo as simulações de segundo turno, Pablo Marçal também seria derrotado em uma eventual disputa com Guilherme Boulos. Contudo, nestas hipóteses, as vantagens numéricas do candidato do PSOL se enquadram em empate técnico, dentro das respectivas margens de erro.

Em perspectiva histórica, os dados apontam que o deputado federal do PSOL, paulatinamente, se afasta do empate técnico, mas o embate segue acirrado. Nesta hipótese de segundo turno, inclusive, as pesquisas divulgadas nesta semana divergem entre si.

Na medição do Datafolha divulgada em 5 de setembro, Boulos venceria Marçal por 45% a 39% em um eventual segundo turno. Na ocasião, eram 12% os votos brancos e nulos e 3% de indecisos. Os índices apontavam para uma vantagem numérica do candidato do PSOL, em empate técnico no limite da margem de erro, de três pontos porcentuais.

Em uma semana, os índices dos candidatos oscilaram dentro da margem de erro, mas a vantagem do deputado federal do PSOL foi ampliada, indo a 47% ante 38% do adversário. O registro aponta para uma vantagem numérica de nove pontos porcentuais, ultrapassando o limite da margem de erro. Os votos brancos ou nulos oscilaram a 14% e os indecisos, a 2%.

Em 23 de agosto, o Paraná Pesquisas atestou que, em um segundo turno entre Boulos e Marçal, o candidato do PSOL venceria por margem estreita: 42,9% a 38,3%, com 12,8% de votos brancos ou nulos e 6% de indecisos. Os índices indicavam empate técnico dentro da margem de erro. Em três semanas, na medição divulgada em 13 de setembro, Boulos se dissociou do empate técnico, ampliando a vantagem numérica para 43,3% ante 37,2% do ex-coach, com 13,4% de brancos e nulos e 6,1% de indecisos.

A pesquisa Quaest diverge do prognóstico compartilhado pelo Datafolha e pelo Paraná Pesquisas. Na mediação da Quaest, Boulos tem 40% de intenções de voto contra 39% de Marçal em um eventual segundo. São 16% os que votariam branco ou nulo e 5% estão indecisos. Os dados indicam empate técnico, persistindo desde o levantamento anterior, de 28 de agosto. Naquele momento, Boulos e Marçal registravam 38% de intenções de voto cada em uma eventual disputa na etapa derradeira do pleito. Eram 19% os votos nulos e brancos e 5% os indecisos.

Rejeição e 'voto útil' podem definir segundo turno

Ainda que os cenários testados para o eventual segundo turno da eleição permaneçam com índices estacionários, com oscilações dentro da respectiva margem de erro, outras métricas obtidas pelos institutos apresentaram mudança real nas últimas semanas e podem definir a etapa derradeira do pleito. O principal fator alterado nas últimas semanas é a rejeição aos candidatos.

As medições indicam que Pablo Marçal é cada vez mais rejeitado pelo eleitorado, enquanto Guilherme Boulos segue com o índice negativo alto, mas estacionário, e Ricardo Nunes, dos três, é o que possui os menores registros de menções negativas. A posição qualifica o prefeito como potencial depositário do "voto útil", como é chamado, no jargão político, o voto cuja decisão é tomada pelo eleitor por um critério estratégico, e não por identificação afetiva ou ideológica com o candidato. No contexto da eleição paulistana, Ricardo Nunes, pelo fator competitividade, pode se tornar a opção de voto do eleitor que rejeita Boulos, Marçal ou ambos.

Em 23 de agosto, o Paraná Pesquisas constatou que Boulos era rejeitado por 32,7% dos eleitores, Marçal, por 25,7% e Nunes, por 15,4%. Em três semanas, o candidato do PSOL passou a ser rejeitado por 34,3% dos entrevistados e Nunes, por 10%; Marçal, por sua vez foi a 32,5% de menções negativas. Enquanto a rejeição ao ex-coach disparou, a do deputado federal do PSOL oscilou para cima, dentro da margem de erro, e a de Nunes caiu 5,4 pontos porcentuais.

Há um mês, o Datafolha auferiu que Boulos era a opção de voto mais rejeitada pelo eleitorado. Na pesquisa divulgada em 8 de agosto, o candidato do PSOL era rechaçado por 35% dos entrevistados, enquanto Marçal era rejeitado por 30% e Nunes, por 24%.

Desde então, a rejeição ao ex-coach cresceu catorze pontos porcentuais, indo a 44% no levantamento do Datafolha divulgado nesta quinta-feira, 12. Marçal passou a ser o mais rejeitado, superando Boulos, que oscilou para cima no quesito, indo a 37%. Já Ricardo Nunes registra 19% de rejeição, cinco pontos porcentuais a menos que a medição do início do mês passado.

Na pesquisa Quaest divulgada em 28 de agosto, a rejeição de Boulos era de 45%, seguida pela de Nunes, com 39%, e Marçal, com 35%. Em duas semanas, no levantamento divulgado pela consultoria nesta quarta-feira, 11, Boulos permanece como o mais rejeitado, oscilando três pontos para cima no quesito e indo a 48% de rejeição. Por outro lado, Marçal subiu seis pontos porcentuais, indo a 41% de rejeição, enquanto Nunes caiu cinco pontos porcentuais nas menções negativas, indo a 34%.

Saiba mais sobre as pesquisas citadas

A matéria trouxe dados relativos a levantamentos de Quaest, Datafolha e Paraná Pesquisas divulgados ao longo da última semana. As especificações técnicas de cada pesquisa estão discriminadas abaixo.

Quaest de 11 de setembro:

  • Número de entrevistas: 1.200;
  • Período de coleta: 8 e 10 de setembro;
  • Margem de erro: 3 p.p.;
  • Índice de confiança: 95%;
  • Registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE): SP-09089/2024.

Quaest de 28 de agosto:

  • Número de entrevistas: 1.200;
  • Período de coleta: 25 a 27 de agosto;
  • Margem de erro: 3 p.p.;
  • Índice de confiança: 95%;
  • Registro no TSE: SP-08379/2024.

Datafolha de 12 de setembro:

  • Número de entrevistas: 1.204;
  • Período de coleta: 10 e 11 de setembro;
  • Margem de erro: 3 p.p.;
  • Índice de confiança: 95%
  • Registro no TSE: SP-07978/2024.

Datafolha de 5 de setembro:

  • Número de entrevistas: 1.204;
  • Período de coleta: 3 e 5 de setembro;
  • Margem de erro: 3 p.p.;
  • Índice de confiança: 95%;
  • Registro no TSE: SP-03608/2024.

Paraná Pesquisas de 23 de agosto:

  • Número de entrevistas: 1.500;
  • Período de coleta: 19 a 22 de agosto;
  • Margem de erro: 2,6 p.p.;
  • Índice de confiança: 95%;
  • Registro no TSE: SP-06659/2024.

Paraná Pesquisas de 13 de setembro:

  • Número de entrevistas: 1.500;
  • Período de coleta: 9 e 12 de setembro;
  • Margem de erro: 2,6 p.p.;
  • Índice de confiança: 95%;
  • Registro no TSE: SP-00319/2024.

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