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Política

O que se celebra no dia 7 de Setembro? Entenda

Feriado relembra gesto de d.Pedro I, em 1822, que marcou a separação política entre Brasil e Portugal, nas margens do riacho Ipiranga, em São Paulo

6 set 2024 - 07h10
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BRASÍLIA - Neste sábado, 7, será comemorado a 202º aniversário do Dia da Independência, que celebra o dia em que o Brasil deu um passo para se tornar uma nação soberana. A data não faz referência ao momento em que o território brasileiro se emancipou de Portugal de fato, mas destaca um gesto político do imperador d. Pedro I (1798-1834), nas margens de um riacho que fica na cidade de São Paulo, que marcou a separação política entre os dois países.

Pedro foi aclamado imperador do País em 12 de outubro e coroado no dia 1º de dezembro de 1822. Sérgio Coutinho, doutor em história pela Universidade Federal de Goiás (UFG), explica que, nos primeiros anos do Brasil como nação soberana, o dia 12 de outubro foi considerado a data magna da Independência.

O 7 de Setembro veio à tona na década de 1830, quando d. Pedro abdicou do trono e rumou para Portugal. A elite brasileira buscou reforçar a separação entre os países como um movimento popular e, ao mesmo tempo, reduzir o enfoque na imagem do imperador.

Há um mito de que a separação entre as nações foi pacífica, mas Portugal, que não queria perder o controle do território, travou uma guerra com o nascente Exército Brasileiro. Os conflitos cessaram em março de 1824 e deixou um saldo de dois a três mil mortos. O governo português reconheceu a soberania do Brasil apenas em agosto de 1825.

Para Coutinho, o Brasil passou a ser uma nação independente de fato com o acordo feito com Portugal em 1825. "No ponto de vista das relações internacionais, o reconhecimento do Brasil significa a ruptura total de Portugal. Mas no ponto de vista simbólico, foi o 7 de Setembro que acabou se transformando", disse.

Outras figuras além de d. Pedro

O 7 de Setembro ocorreu devido a outras mãos além de d. Pedro. Uma pessoa fundamental para a Independência foi Leopoldina, esposa do imperador. Eduardo Bueno explica que, além de enviar a carta que chegou ao imperador em São Paulo, ela foi responsável por conduzir discussões sobre a separação quando o monarca estava fora do Rio.

"Não foi ela que assinou a Independência, mas a carta que ela enviou é chave e ela deixa claro que ele [d. Pedro] deve se separar. Era uma mulher brilhante, culta, inteligente e capacitada para dirigir questões de Estado", afirmou.

Outro personagem importante para o 7 de Setembro foi José Bonifácio de Andrada e Silva, conhecido como o "Patriarca da Independência". Bonifácio era um mentor de d. Pedro e Leopoldina e foi responsável por dar conselhos para as decisões tomadas pelo nascente governo brasileiro.

"Ele também foi definitivo e chave. Ele era muito mais velho que o d. Pedro e a Leopoldina e ele era um mentor deles. Ele foi definitivo para todo o processo anterior e posterior", afirmou Eduardo Bueno.

A edição do jornal O Estado de S.Paulo de 7 de setembro de 1922, o primeiro centenário da Independência, destaca a importância de Bonifácio para a construção na nação. Ele foi posto ao lado de d. Pedro como um dos responsáveis pela autonomia do Brasil ante Portugal.

Edição do centenário da Independência do Brasil destacou imagem de d.Pedro I e José Bonifácio
Edição do centenário da Independência do Brasil destacou imagem de d.Pedro I e José Bonifácio
Foto: Acervo Estadão / Estadão

Há outros nomes que estão marcados na história do nascimento da nação brasileira. Um deles é o de Maria Quitéria de Jesus, que fingiu ser homem para se alistar entre os militares que combateram as forças portuguesas. Ela é a patronesse do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro e integra o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.

Estadão
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