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Política

OAB de Pernambuco repudia funk de bolsonaristas feito contra feministas

24 set 2018 - 13h32
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A Comissão da Mulher Advogada (CDMA) da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco emitiu nota nesta segunda-feira, 24, na qual repudia uma música cantada em forma de funk por apoiadores do candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, durante manifestação em Recife. Neste domingo, 23, centenas de manifestantes se reuniram na Avenida Boa Viagem, na Marcha da Família.

"Em tempos em que, a cada dois segundos, uma mulher é vítima de violência física ou verbal no Brasil, segundo dados do Relógios da Violência do Instituto Maria da Penha, não se pode admitir que, sob o manto da liberdade de expressão, qualquer partido político, seja ele de direita ou de esquerda, ofenda publicamente uma coletividade de mulheres, reforçando a cultura machista e misógina que, infelizmente, ainda insiste em matar muitas mulheres todos os dias", afirma a comissão.

Bolsonaro está internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde se recupera de uma facada. No dia 6 de setembro, o candidato foi atacado por Adelio Bispo de Oliveira em Juiz de Fora (MG) e preso em flagrante.

Leia a íntegra da nota da comissão da OAB-PE:

"A Comissão da Mulher Advogada (CDMA) da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Pernambuco, manifesta seu profundo repúdio a uma das músicas cantadas neste domingo (23.09) durante a "Marcha da Família" do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro, que aconteceu no bairro de Boa Viagem, na cidade do Recife.

A letra, entoada em coro, afirma que às feministas deve ser dada "ração na tigela" e que as mulheres "de esquerda têm mais pelo que cadela".

Os estarrecedores trechos da música acima transcritos reduzem as mulheres à condição análoga de seres irracionais e incitam o ódio, a violência e o preconceito contra aquelas que se reconhecem feministas e/ou que têm orientação política diversa do aludido candidato.

Em tempos em que, a cada dois segundos, uma mulher é vítima de violência física ou verbal no Brasil, segundo dados do Relógios da Violência do Instituto Maria da Penha, não se pode admitir que, sob o manto da liberdade de expressão, qualquer partido político, seja ele de direita ou de esquerda, ofenda publicamente uma coletividade de mulheres, reforçando a cultura machista e misógina que, infelizmente, ainda insiste em matar muitas mulheres todos os dias".

Assina a nota na Luiza Mousinho, presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB-PE.

Estadão
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