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Política

Operação Lava Jato entra em nova fase, e Vaccari é levado para depor na PF

5 fev 2015 - 16h11
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A Operação Lava Jato entrou em sua nona fase na manhã desta quinta-feira com o cumprimento de um mandado de busca e apreensão e condução coercitiva contra o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

Ele foi levado à sede da Polícia Federal (PF) em São Paulo, onde prestou depoimento por quase três horas sobre denúncias de participação no escândalo de corrupção na Petrobras, entre elas a do doleiro Alberto Youssef, que o apontou como o operador do esquema. Após ser ouvido, Vaccari foi liberado.

O procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima explicou que o tesoureiro foi chamado para depor porque se suspeita que pediu doações "legais e ilegais" a várias empresas parceiras da Petrobras que são investigadas no caso.

Na nova fase da investigação, foram expedidos hoje 22 ordens de detenção ou de condução coercitiva, entre elas a de Vaccari Neto e de 10 empresários suspeitos de lavagem de dinheiro e de servir de intermediários para o pagamento de subornos.

Além disso, a Justiça emitiu 40 ordens de busca de provas nas residências dos suspeitos e nas sedes de 26 empresas, a maioria sociedades fictícias, em quatro estados.

As investigações, antes centradas em casos de corrupção de três departamentos da Petrobras, se estenderam à subsidiária BR Distribuidor.

Segundo o procurador, o pagamento de subornos das empresas investigadas aos executivos de BR Distribuidora aconteceu até datas "muito recentes", no final de 2014.

Também hoje, a Câmara dos Deputados abriu uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o escândalo. Da mesma forma que outras duas comissões que averiguaram o caso no ano passado e que terminaram sem resultados relevantes, esta será controlada por partidos aliados do governo.

O ministro das Relações Institucionais, Pepe Vargas, afirmou a jornalistas que o governo "não está preocupado" ou "envergonhado" nem pela abertura da comissão, nem pela investigação do tesoureiro do PT.

Na semana passada, a Petrobras reconheceu que devido à corrupção e outras deficiências de gestão, 31 de seus ativos foram supervalorizados em R$ 88,6 bilhões.

Esse valor se refere a contratos com construtoras e fornecedores assinados entre 2004 e 2012, por isso o cálculo das perdas geradas pela corrupção pode aumentar consideravelmente conforme avancem as investigações.

A crise forçou a presidente Dilma Rousseff a aceitar ontem a renúncia da presidente da Petrobras, Graça Foster, e de cinco diretores da empresa, cujos substitutos devem ser anunciados nesta sexta.

A perda de credibilidade pela corrupção causou à empresa, a maior do Brasil, grandes problemas para captar fundos nos mercados internacionais, por isso se viu obrigada a reduzir ao mínimo seus investimentos para os próximos anos.

EFE   
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