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Política

Oposição vai à PGR contra suposta fraude em CPI da Petrobras

PSDB e DEM anunciaram uma ofensiva após suspeita de que governistas e depoentes combinaram perguntas e respostas

4 ago 2014 - 16h14
(atualizado às 17h39)
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A oposição anunciou uma ofensiva nesta segunda-feira após a denúncia de que governistas teriam combinado perguntas com depoentes convocados na CPI da Petrobras do Senado. Além de apresentar representações contra congressistas na Procuradoria-Geral da República (PGR), funcionários e convocados pela comissão, os oposicionistas também vão acionar o Conselho de Ética e propor uma série de medidas no Congresso.

A revista Veja publicou uma reportagem no fim de semana que afirma ter tido acesso um vídeo de 20 minutos de uma reunião da qual participam o chefe do escritório da Petrobras em Brasília, José Eduardo Sobral Barrocas, o advogado da Petrobras, Bruno Ferreira, e outra pessoa de identidade desconhecida.

A gravação, feita por um funcionário da empresa, na véspera do depoimento do ex-diretor internacional da Petrobras Nestor Cerveró, apontado pela presidente Dilma Rousseff como o responsável por ter elaborado um relatório falho sobre a refinaria de Pasadena, mostra que Barrocas e Ferreira tinham acesso às perguntas que os parlamentares fariam aos depoentes, e os treinavam para respondê-las. Um "gabarito" teria sido produzido e enviado em uma ocasião para a presidente da Petrobras, Graça Foster.

Na Procuradoria-Geral da República, o coordenador jurídico da campanha de Aécio Neves à Presidência, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), vai pedir ainda nesta segunda-feira a investigação dos senadores Delcídio Amaral (PT-MS) e José Pimentel (PT-CE) pelos crimes de advocacia administrativa (defesa de interesses particulares por funcionários públicos), crime de falso testemunho (oferecimento de vantagem para testemunhas falsearem a verdade) e violação de sigilo funcional, pois algumas informações que os senadores tinham estavam sob segredo. Os oposicionistas também vão ao Conselho de Ética contra os dois senadores onde vão sustentar que ambos quebraram o decoro parlamentar.

Pimentel é o relator da CPI da Petrobras, responsável por fazer as primeiras perguntas aos depoentes na comissão. Delcídio, segundo a revista, teria ajudado a intermediar as questões com as pessoas ligadas à Petrobras. O relator deve se pronunciar sobre o caso nesta segunda-feira por meio de nota. Delcídio divulgou comunicado no qual confirma contato institucional com Barrocas, mas nega ter articulado depoimentos na CPI.

Na Procuradoria da República do Distrito Federal, o PSDB entrará com representação contra a atual presidente da Petrobras, Graça Foster, e o antecessor dela, José Sérgio Gabrielli, além dos servidores Paulo Argenta (Secretaria de Relações Institucionais), Marcos Rogério de Souza e Carlos Hetzel (ambos funcionários do Senado) e Nestor Cerveró, ex-diretor da estatal.

Os oposicionistas também anunciaram que vão solicitar a abertura de processo administrativo em todos os órgãos envolvidos - SRI, Petrobras e Senado Federal, além de convocar os servidores para depor na CPI mista da Petrobras, que conta com a participação da oposição e de deputados; pedir o afastamento dos servidores do Senado; solicitar a apuração da Polícia Federal; pedir a nulidade das sessões da CPI; requerer que os depoentes sejam chamados novamente; suspender a comissão do Senado até a apuração dos fatos.

A CPI da Petrobras foi criada por iniciativa da oposição, mas é controlada por governistas. Os opositores conseguiram instalar uma CPI mista, que conta com a participação de deputados da base insatisfeitos com o governo Dilma Rousseff, e esvaziaram a comissão integrada apenas por senadores.

Para a oposição, Dilma foi a grande beneficiária do suposto esquema - e a combinação de respostas teria afetado os depoimentos prestados na CPI mista. "Usaram a CPI para invalidar a verdade na CPMI", disse o líder do DEM, José Agripino Maia (RN).

Dilma, por outro lado, afirma que a denúncia é assunto do Congresso. "A presidente DIlma está absolutamente alheia à realidade do seu País e do governo, porque altos funcionários da Petrobras foram gravados num conluio para fraudar a CPI da Petrobras", disse o líder do PSDB e vice na chapa de Aécio Neves, senador Aloysio Nunes. "A presidente Dilma está literalmente no mundo da Lua", afirmou.

Fonte: Terra
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