Organização diz que ato em SP reuniu 70 mil pessoas
O ato realizado ontem em São Paulo no Largo da Batata, zona oeste da cidade, contabilizou 70 mil pessoas, segundo a organização. A Central Única dos Trabalhadores calculou 50 mil, enquanto a Polícia Militar não divulgou nenhuma estimativa.
A manifestação começou pacífica, com discursos contra as reformas trabalhista e previdenciária e terminou com muita confusão entre policiais e manifestantes pelas ruas da região. No carro de som que partiu do ponto de concentração e foi em direção à casa do presidente Michel Temer (PMDB), deputados, senadores e lideranças sindicais e de movimentos sociais se revezaram no discurso, contrário às reformas. No chão, o público era composto basicamente de estudantes, professores, sindicalistas e profissionais liberais.
O percurso, de pouco mais de 3 quilômetros, transcorreu normalmente. A Polícia acompanhou a caminhada à distância. Na outra ponta, próximo à casa de Temer, havia um forte efetivo policial. Desde cedo, uma praça a 100 metros da residência havia sido cercada com grades.
Por volta das 20h30, a organização deu o ato por encerrado. Por conta da fiação elétrica, o carro de som não conseguiria prosseguir até a barreira policial. Ainda assim, cerca de 500 pessoas foram até o local, onde foi iniciado o confronto.
Enquanto algumas pessoas tentaram forçar as grades, simultaneamente foram atiradas pedras contra os policiais e bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes. A partir daí, a confusão foi generalizada e se espalhou no caminho de volta até o largo da Batata. Rojões também foram utilizados pelos manifestantes.
Além das bombas, a polícia utilizou jatos d'água para dispersar o grupo. Nas proximidades, havia uma festa de casamento e até os convidados tiveram de correr das bombas, das pedras e da água. Até o final da noite de ontem, 36 pessoas foram presas durante toda o dia de greve geral em várias regiões da cidade.
Depredação
Após a confusão inicial, várias agências bancárias, abrigos de ônibus e algumas lojas foram depredadas pelo caminho. Até mesmo placas de sinalização de trânsito foram arrancadas e atravessadas na pista para dificultar a passagem de veículos e da própria polícia.
Em todo o caminho, lixo foi espalhado e pequenos focos de incêndio apagados pelo Corpo de Bombeiros. Quase duas horas depois do início da confusão, inúmeras bombas de gás e efeito moral ainda eram lançadas contra manifestantes no Largo da Batata, que concentrava dezenas de bares abertos na noite de ontem. A situação só se normalizou após as 23h.
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