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Política

Origens de Marina Silva mostram passado humilde e de orientação comunista

4 out 2014 - 06h11
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Antes de ser candidata à presidência, Marina Silva quis ser freira, foi militante do Partido Revolucionário Comunista e empregada doméstica no Acre, onde ainda vive sua ex-chefe, dona Teresinha, para quem a ex-senadora "nasceu exclusivamente para vencer na vida".

Há 40 anos, a candidata do Partido Socialista Brasileiro (PSB) decidiu deixar a cidade de Breu Velho, onde é forte o cultivo de borracha, e se dirigir à capital acreana, Rio Branco, em busca de melhores oportunidades. Foi lá que conheceu Teresinha da Rocha Lopes, hoje com 82 anos.

"Marina estava buscando trabalho e um lugar para viver. Disse a ela: 'aqui somos pobres, mas se você achar um cantinho, pode ficar", contou à Efe dona Teresinha na sala de sua casa, onde a ex-senadora, com 16 anos na época, trabalhou e se hospedou por cerca de um ano e meio.

Durante esse período, Marina aprendeu a escrever, cozinhar e reforçou seu compromisso com a religião católica, motivo pelo qual decidiu abandonar o lar da família Rocha e ingressar no convento Servas de Maria.

Depois de deixar de lado sua vocação de freira, a ex-senadora começou a cursar História na Universidade Federal do Acre, onde participar de um grupo de teatro que reunia estudantes trotskistas e se filiou à Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Ela entrou também para o clandestino Partido Revolucionário Comunista nos últimos anos da didatura militar (1964-1985).

"É certo que Marina não tem a visão revolucionária que tinha aos vinte e poucos anos, a de uma corrente trotskista em plena ditadura militar. Estamos falando de outro momento, houve uma reciclagem, mas não acho que ela seja conservadora", afirmou à Efe Silvio Margarido, ex-companheiro do grupo de teatro Semente.

Em 1988, Marina, que se converteu evangélica, filiou-se ao PT e iniciou uma luta política junto com o líder ecologista Chico Mendes na defesa pela Amazônia.

Amiga nos anos de universidade, Marisa Fontana lembrou que, após a morte de Mendes, a ativista assumiu seu legado e se comprometeu a defender os seringueiros e os povos indígenas.

"Eles tinham uma relação muito próxima. Marina, talvez pelo fato de ser seringueira, se identificava com a luta de Mendes. Ser seringueiro tinha um sentido pejorativo. Era sinônimo de atraso, e Marina participou do processo de recuperação da imagem da profissão como uma função que merece respeito", destacou.

Durante os anos em que foram companheiras de luta, Marisa diz que Marina era uma mulher de "espiritualidade muito forte, com uma grande capacidade de superação e extraordinariamente humana", características que coincidem com a avaliação que dona Teresinha faz de sua ex-funcionária.

A antiga chefe de Marina, que colocou um cartaz pedindo votos para a ex-ministra na frente de sua casa, confessa que nunca pensou que a jovem de aparência frágil que um dia acolheu "pudesse subir tão alto", mas "teve a graça e a permissividade" de Deus, "que escutou suas preces".

"Dá para ver que, para ser alguém na vida, não precisamos de um berço de ouro. É lutando que se vence as dificuldades da vida. Passando fome, caindo aqui e ali", afirmou Teresinha.

Ela atualmente conta com uma nova empregada doméstica que "até se parece" com a candidata à presidência.

"Marina serve de exemplo para ela: uma pessoa que vem de baixo e que venceu. Marina vai ser presidente e revolucionar o país", afirmou o filho mais velho de Teresinha, Heimar da Rocha.

EFE   
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