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Política

Os principais pontos da entrevista de Lula; veja vídeo

Em conversa com jornalistas no Planalto, Lula fez declarações sobre eleições de 2026, indicação de Gleisi a ministério e possibilidade de taxações a produtos dos EUA

30 jan 2025 - 18h20
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BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abordou temas relacionados a economia, eleições de 2026, reforma ministerial e presidência dos Estados Unidos em entrevista nesta quinta-feira, 30, no Palácio do Planalto. A conversa com jornalistas teve cerca de 1h20 de duração.

Na coletiva, Lula fez elogios à presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), que, como revelou o Estadão, vai integrar a Esplanada. O presidente também blindou de críticas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo.

Competência de Gleisi para integrar Esplanada

Questionado sobre a entrada de Gleisi no ministério, Lula elogiou a petista e afirmou que a deputada é um "quadro muito refinado" da sigla. Como mostrou o Estadão, a parlamentar deve chefiar a Secretaria-Geral da Presidência da República, responsável pela interlocução do Palácio do Planalto com os movimentos sociais.

"A companheira Gleisi já foi ministra da Casa Civil da Dilma [Rousseff]. Eu estava preso e fui um dos responsáveis para que Gleisi virasse presidente do nosso partido. Gleisi é um quadro muito refinado. Politicamente, tem pouca gente nesse país mais refinada que a Gleisi", disse.

A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR)
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR)
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

O presidente rebateu ainda críticas de que ela teria um discurso radical. "O pessoal diz que ela é muito radical para ser presidente do PT. Oras, para ser presidente do PT tem que falar a linguagem do PT. Se não quiser, que vá para o PSDB. Para ganhar, tem que ganhar confiança do PT", afirmou.

Apesar da mudança ser dada como certa e de o presidente ter tecido vários elogios à correligionária, Lula disse que "até agora, não tem nada definido".

Lula rebate Kassab após aliado prever derrota do PT em 2026

O presidente também ironizou as críticas do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, que disse, em evento realizado em São Paulo nesta quarta-feira, 29, que o PT não é favorito caso a eleição presidencial fosse realizada hoje. Segundo Kassab, o governo perderia a eleição, e os partidos de centro estão se organizando para apresentar uma alternativa para 2026.

O presidente do PSD, Gilberto Kassab
O presidente do PSD, Gilberto Kassab
Foto: Werther Santana/Estadão / Estadão

Em resposta, Lula disse ter rido da declaração. "Quando vi a história do companheiro Kassab, comecei a rir. Quando ele disse que se a eleição fosse hoje eu perderia, eu olhei no calendário e percebi que a eleição é só daqui a dois anos e fiquei muito despreocupado, porque hoje não tem eleição", afirmou.

Defesa de Haddad após críticas de Kassab

Na mesma declaração no painel internacional, Kassab chamou Haddad de "fraco". Na coletiva desta quinta, Lula saiu em defesa de Haddad ao afirmar que o presidente do PSD foi "injusto".

"Acho que o Kassab foi injusto com o significado do Haddad na Fazenda. É importante lembrar que posso não gostar pessoalmente de uma pessoa, ter crítica pessoal a ela, mas não reconhecer que Haddad começou o governo coordenando a PEC da Transição, porque a gente não tinha dinheiro para governar o País e conseguimos, em um Parlamento totalmente adverso, aprovar a PEC", disse Lula.

Lula diz que não vai ter problema com novos presidentes do Congresso

O presidente disse também que não deve enfrentar dificuldades com os novos presidentes da Câmara e do Senado, que serão escolhidos neste sábado, 1.º. São favoritos nas disputas o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) e o senador Davi Alcolumbre (União-AP).

"O meu presidente do Senado é aquele que ganhar, e o da Câmara, é aquele que ganhar. Quem ganhar, eu vou respeitar e vou estabelecer uma nova relação. (...) Então, se o Hugo Motta for eleito presidente da Câmara, e o Alcolumbre, presidente do Senado, eles serão os presidentes das instituições, e é com eles que nós vamos fazer as tratativas que tiver que fazer", afirmou.

O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) e o senador Davi Alcolumbre (União-AP)
O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) e o senador Davi Alcolumbre (União-AP)
Foto: Mario Agra/Agência Câmara e Dida Sampaio/Estadão / Estadão

Segundo o presidente, ele espera que os Poderes cheguem num "acordo definitivo" sobre a distribuição e a execução das emendas parlamentares, verbas que têm sido alvo de bloqueios pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após o ministro Flávio Dino apontar uma continuidade do orçamento secreto, onde repasses são feitos sem transparência.

"O governo não tem nada a ver com as emendas parlamentares. Foi uma conquista deles num governo irresponsável, que não governava o País", afirmou, em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro. "Então, elas existem. Nós estamos agora com decisões da Suprema Corte, do ministro Flávio [Dino], e nós vamos negociar para ver se coloca um acordo definitivo entre a Câmara e o Poder Executivo", disse Lula.

Lula diz que vai criar 'País de classe média' e não terá irresponsabilidade fiscal

Lula afirmou que o seu objetivo, nos últimos dois anos de mandato, é a de controlar a economia do Brasil e discutir o que interessa para a maioria das pessoas: gerar renda e emprego. "Eu quero criar um País de classe média, e eu vou criar", disse.

Na coletiva, Lula também disse que a reforma tributária deve trazer "muito mais capacidade de investimento e arrecadação". Segundo ele, a medida fará com que não haja irresponsabilidade fiscal por parte do Planalto.

"Não tenho outra medida fiscal [planejada para 2025]. Se apresentar, durante o ano, a necessidade de fazer alguma coisa, vou reunir o governo e discutir. Mas, se depender de mim, não tem outra medida fiscal. O que vamos agora é pensar no desenvolvimento sustentável deste País, mantendo a estabilidade fiscal e sem fazer com que o povo pobre pague o preço de alguma irresponsabilidade de um corte fiscal desnecessário", afirmou.

Afagos a Galípolo após elevação da taxa de juros

Na entrevista, Lula saiu em defesa do presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, que assumiu a autoridade monetária no início deste ano após indicação do petista. Nesta quarta, o BC elevou a Selic em um ponto porcentual, para 13,25%. Segundo o presidente, é preciso ter "paciência" para que Galípolo trabalhe pela diminuição da taxa de juros.

O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo
O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo
Foto: José Cruz/Agência Brasil / Estadão

"Temos consciência de que é preciso ter paciência. Tenho 100% de confiança no trabalho do presidente do BC e tenho certeza de que ele vai criar as condições para entregar ao povo brasileiro uma taxa de juros menor, no tempo em que a política permitir que ele faça. Nós, como governo, temos de cumprir a nossa parte. A sociedade cumpre a parte dela. E o companheiro Galípolo cumpra a função que ele tem de coordenar a política monetária brasileira", afirmou.

Trump vai ter resposta à altura caso taxe produtos brasileiros

Lula disse também que vai taxar os produtos importados dos Estados Unidos caso Donald Trump faça o mesmo com os bens brasileiros. O presidente americano afirmou, em um evento para republicanos na Flórida, na segunda-feira, 27, que o Brasil está entre os países que cobram muitas tarifas e que querem "prejudicar" o país.

"Se ele taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade do Brasil em taxar os produtos que são importados dos Estados Unidos. Não há nenhuma dificuldade", disse o presidente.

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Estadão
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