Outdoors com críticas a Bolsonaro são vandalizados em SP
Dois outdoors com mensagens críticas à ação do governo federal no combate à covid-19 foram vandalizados menos de 24 após serem instalados
Ao menos dois outdoors de uma ação com 25 peças publicitárias com mensagens críticas à ação do governo federal no combate à covid-19 foram vandalizados menos de 24h após serem instalados. Os cartazes foram instaladas em São Paulo e Minas Gerais pelo movimento de renovação política Acredito. Os recursos vieram de R$ 50 mil doados por apoiadores em vaquinhas online.
Segundo o movimento, a maior parte das empresas procuradas se recusou a fazer a instalação por medo de represálias e danos às estruturas que suportam os outdoors, enquanto outras negaram o pedido por terem o governo federal como cliente em outras regiões.
Em Mogi das Cruzes, cidade onde os dois outdoors instalados foram depredados, a empresa que fez a colocação dos cartazes concordou com a ação desde que os suportes fossem de ferro, a fim de minimizar a possibilidade de danos. Uma das peças publicadas estava no Centro Comercial da cidade, a 15 metros de altura.
Entre as mensagens com foto de Bolsonaro, os outdoors traziam dizeres como: "Se tivesse vacina, o comércio estaria aberto. Mas não teve", "Cemitérios cheios. Geladeiras vazias. Bolsonaro é o culpado!" e "Esse governo é uma zona. O Brasil não aguenta mais! Jair! Pede pra sair!".
Segundo o líder do Movimento Acredito no Estado de São Paulo, Marco Martins, a intimação do youtuber Felipe Neto por críticas ao presidente Jair Bolsonaro e a prisão ativista Rodrigo Pilha em Brasília, ambos por terem se referido a Bolsonaro como "genocida", são exemplos de uma tentativa de "censurar e criar um clima de insegurança" no País. "Violento é o medo que o Bolsonaro conseguiu instaurar no Brasil a ponto das pessoas terem medo de criticá-lo e sofrerem represálias", reforça.
Em São Paulo, onde devem ser instalados oito outdoors até o próximo fim de semana, 80 empresas foram contatadas porém apenas três aceitaram realizar a impressão e veiculação dos anúncios. Conforme o grupo, a rejeição surgiu após ser informado que seria uma campanha publicitária crítica ao presidente Jair Bolsonaro, ainda que o fato de se tratar de anúncios de cunho político tenha causado poucas desistências.
Entre as justificativas, o medo de represálias físicas às estruturas e preocupação de perseguição jurídica pela veiculação dos anúncios foram citadas como argumentos.
De acordo com o movimento Acredito, a escolha dos protestos por meio de outdoors é uma estratégia para atingir um público mais amplo e "furar a bolha" das redes sociais. Por conta do agravamento da pandemia, o grupo disse preferir não realizar carreatas ou atividades presenciais.