Padilha diz que divisão do Ministério da Justiça é debate que Lula não tratou
No mesmo dia em que ministra do Planejamento, Simone Tebet defendeu divisão da Pasta, ministro da articulação política diz que isso ainda não foi discutido no governo
BRASÍLIA - O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta terça-feira que não há debate no governo sobre a sucessão de Flávio Dino no Ministério da Justiça ou sobre eventual desmembramento da pasta. Dino foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), e deverá deixar o Ministério da Justiça depois de ser aprovado pelo Senado para a vaga na Suprema Corte.
"Certamente a definição sobre o Ministério da Justiça vai acontecer depois dessas missões internacionais", disse Padilha. Lula embarcou na segunda, 27, para Arábia Saudita e passará também por Catar, Emirados Árabes e Alemanha. Depois, vai para o Rio de Janeiro para a Cúpula do Mercosul. Deve estar de volta a Brasília só em 8 ou 9 de dezembro. "O presidente não deu mais detalhes sobre esse debate ou qualquer definição sobre o Ministério da Justiça", declarou o ministro.
A Pasta de Dino é cobiçada pelo PT. Entre os favoritos do partidos para a vaga que será aberta com a saída do ministro está o atual chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias. O nome do ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski também é lembrado. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, está cotada para o posto, mas não tem o aval dos petistas. Nesta terça-feira, Tebet defendeu a divisão do Ministério da Justiça em duas Pastas.
Padilha foi questionado sobre o assunto por jornalistas depois de evento da Frente Nacional de Prefeitos porque, durante a campanha eleitoral de 2022, Lula disse que criaria o Ministério da Segurança Pública. Foi Flávio Dino quem o convenceu a manter essa área sob a Justiça.
A sabatina de Flávio Dino na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, uma das etapas do processo de aprovação, será em 13 de dezembro. No mesmo dia, também será sabatinado Paulo Gonet, indicado por Lula para comandar a Procuradoria Geral da República.
"Vamos dialogar, naquilo que couber ao governo, com os senadores e senadoras para que a gente possa aprovar o mais rápido possível", disse o ministro das Relações Institucionais.